Economia & Negócios

Copom sobe juro pela sexta vez e crédito deve ter pequena alta

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28/11/2013



 O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC) anunciou na noite desta quarta-feira (27) o aumento de meio ponto percentual, de 9,5% para 10%, a taxa básica de juros, a Selic.

Foi a sexta alta seguida.A principal preocupação, informa o Banco Central, é com o comportamento da inflação, que tem ficado no teto da meta fixada pelo governo.

Essa decisão, tomada por unanimidade pelos membros do Copom e sem viés de alta, influencia nos juros cobrados em empréstimos e na remuneração a investidores, por exemplo.

O Copom começou o ano com um reajuste de 0,25% da Selic, depois passou a corrigir a taxa para cima em meio ponto percentual. Com a decisão desta quarta-feira, a taxa básica de juros volta ao mesmo nível do início de 2012.

Reflexo no crédito e na poupança

Segundo o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, a alta da Selic terá pouco impacto nas taxas de juros das operações de crédito. Isso deve ocorrer, segundo Oliveira, como efeito da "maior competição no sistema financeiro após os bancos públicos reduzirem mais fortemente suas taxas de juros".

"Um dos reflexos da alta da Selic é a retração na oferta de crédito", diz Oliveira. Segundo o diretor da Anefac, os bancos devem demorar de uma semana a 15 dias para reajustar suas taxas.

Projeção da Anefac mostra que o maior impacto com a alta da Selic deve ser percebido nos juros cobrados pelo comércio. Segundo a projeção, com a Selic a 10% ao ano, os juros anuais do comércio passariam de 63,65% (ou 4,19% ao mês) para 64,40% (4,23% ao mês) – variação de 1,19% ao ano.

Já o menor impacto, segundo a Anefac, deverá ser nos juros do cartão de crédito, que são os mais altos cobrados no País. Cálculos da entidade mostram que a taxa anual passaria dos atuais 192,94% (9,37% ao mês) para 194,23% (9,41%) – variação de 0,67% ao ano.

A caderneta de poupança, que desde o ano passado tem seu índice de correção atrelado à Selic, deve perder um pouco da atratividade com a decisão do Copom, especialmente em relação aos fundos referenciados pelo CDI (Certificado de Depósitos Interbancários).

Segundo as atuais regras, a poupança é corrigida em 0,5% ao ano mais TR (taxa referencial) com a Selic igual ou acima de 8,5% ao ano.

Avaliação do mercado

Em nota, a Condeferação Nacional da Indústria (CNI) destaca que o retorno à taxa básica de dois dígitos, depois de 20 meses, é negativo, "pois inibirá a expansão dos investimentos privados."

Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o aumento da Selic é uma "péssima notícia para o Brasil". "Nessas condições [inflação e juros elevados], fatalmente a economia brasileira continuará fadada a baixas taxas de crescimento", considera a federação.



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