Política

PT prepara palanque para Dilma com até quatro aliados no Rio, diz Rui Falcão

PARA DILMA


25/10/2013

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirma que a presidente Dilma Rousseff evitará no ano que vem subir em palanques de diferentes aliados em um mesmo Estado. Como solução, a petista fará em 2014 seus próprios comícios estaduais e vai convidar todos os candidatos a governador de siglas aliadas.

Em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do UOL, Rui Falcão explicou que essa saída está sendo desenhada com base no cenário do Rio de Janeiro. Nesse Estado, o PT apoia hoje o governador Sérgio Cabral (PMDB), que pretende lançar como sucessor o seu vice, Luiz Fernando Pezão, também peemedebista.

Ocorre que o PT já decidiu ter candidato próprio ao governo fluminense, o senador Lindbergh Farias, segundo Rui Falcão. Outros dois aliados dilmistas podem também entrar no páreo: Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB).

Para evitar melindres, Dilma não deve subir no palanque de nenhum de seus quatro aliados que desejam concorrer ao governo fluminense. Mas Lindbergh, Pezão, Garotinho e Crivella serão convidados para eventos da petista no Rio durante a campanha de 2014.

Essa solução já foi testada no passado em alguns Estados, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi candidato a presidente. Por exemplo, em Pernambuco, em 2006, Lula ficou no mesmo palanque ao lado dos candidatos a governador pelo PSB, Eduardo Campos, e pelo PT, Humberto Costa.

Sobre Eduardo Campos hoje estar na condição de pré-candidato a presidente, Rui Falcão considera cedo para aferir o potencial do agora ex-aliado, que recebeu o apoio da ex-senadora Marina Silva.

"Há contradições que precisam ser sanadas. Por exemplo, a avaliação que a ex-senadora fez de que o governador Eduardo Campos era da velha política e recebeu uma injeção de novidade com a adesão da Rede ao PSB. Também a avaliação [de Marina] dizendo que ‘é melhor perder ganhando do que ganhar perdendo’. Me deu a impressão que ela vê o processo eleitoral como uma espécie de marcação de posição", diz o presidente do PT.

Rui Falcão rejeita a fama de "fominha" do seu partido e cita vários Estados nos quais o PT cederá a cabeça de chapa para siglas aliadas nas disputas por governos locais. Entre outros há o Pará, com o apoio possível a Helder Barbalho (filho do senador Jader Barbalho, do PMDB).

Ao todo, diz o presidente do PT, o partido deve ter até 12 candidatos competitivos a governos estaduais. Nessa conta Rui Falcão inclui alguns que não estão hoje sob o comando de petistas, como São Paulo, Rio, Minas Gerais e Paraná. No Congresso, ao contrário do que se ouviu em Brasília nos últimos dias, o PT continua desejando aumentar suas bancadas de deputados e de senadores.

Candidato a mais um mandato como presidente do partido, Rui Falcão disputa o cargo contra cinco adversários, mas é dado como favorito para ganhar mais quatro anos no comando da sigla. O processo deve ter cerca de 600 mil filiados votando, de maneira direta, no dia 10 de novembro.



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