Economia & Negócios

Preço da mandioquinha mais que dobra em um ano

Economia


05/10/2013

 O preço médio da mandioquinha em setembro foi cerca de 150% maior que no mesmo mês de 2012, em São Paulo.

De acordo com dados fornecidos pela Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), no mês passado, o valor médio do quilo foi de R$ 4,69, enquanto que, um ano antes, a média foi de R$ 1,88.

Em relação à média dos nove primeiros meses do ano, que é de R$ 2,97 o quilo, o preço da mandioquinha em setembro é 58% maior.

Um dos fatores para essa variação de preços foi o clima, de acordo com o chefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp, Flávio Godas.

"De fato, apesar da queda de preços do setor de legumes (em setembro, o setor caiu 10,1%), a mandioquinha apresenta problemas na qualidade e quantidade ofertada. Problemas climáticos, como as chuvas no Paraná, um dos principais produtores, vêm prejudicando a produção, e os preços estão bem acima do patamar habitual", afirma.

Restaurante substitui o ingrediente por batata em purê
A gerente do restaurante Raspatacho, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, Deborah Di Giorge, afirma que teve que retirar do cardápio um dos acompanhamentos mais pedidos pelos clientes, o purê de mandioquinha.

"O purê de batata entrou como substituto, mas as pessoas sempre me cobram o preparado com a mandioquinha", diz.

Segundo a gerente, há 20 dias o restaurante deixou de comprar a raiz por conta do aumento de preço e, principalmente, pela má qualidade da oferta. "Na primeira vez, eu até comprei mesmo estando mais caro. Só que o produto veio muito pequeno, o que causa uma perda maior na hora de descascar e cortar. Não compensava", afirma.

Há um mês, Deborah Di George comprava uma caixa com 16 quilos por R$ 50. Hoje, seus fornecedores pedem R$ 80. "Não dá pra comprar e repassar o valor para o cliente, encarecer o prato. Então, prefiro esperar esse valor baixar".

O vendedor Ailson Aparecido da Silva, da atacadista Agrociro, que tem banca na Ceagesp, explicou que a tendência é o preço melhorar em dezembro.

"Estamos em um período de entressafra. Vai começar a melhorar o preço no fim do ano. Mas a mandioquinha vende mais no frio mesmo, e o preço aumenta, realmente". A loja vende a R$ 130 a caixa com 17 quilos; segundo Silva, há dois meses o preço era R$ 70.

Plantação de mandioquinha pede climas amenos do Sul e Sudeste
Originária da região andina (Colômbia, Peru, Equador e Bolívia), a mandioquinha, como é conhecida em São Paulo e no sul de Minas Gerais, é chamada de diversas formas em outras partes do país.

No Rio de Janeiro, Zona da Mata mineira, Espírito Santo e Distrito Federal, ela é mais conhecida como baroa ou batata-baroa. No Paraná e em Santa Catarina, é batata-salsa.

Ainda em diversas cidades de Minas pode ser reconhecida como batata-fiuza, batata-aipo, batata-jujuba e cenoura-amarela. No Nordeste, é chamada de mandioquinha-salsa.

Desde sua chegada ao Brasil, seu cultivo espalhou-se pelos Estados do Centro-Sul.

De acordo com a Embrapa, a mandioquinha é cultivada em mais de 20 mil hectares, com produção média de 250 mil toneladas por ano. A maior parte da produção é destinada para o mercado in natura.

O plantio é favorecido em climas mais amenos, com temperatura média anual entre 15ºC e 18ºC, como nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo.



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