Paraíba

CRM-PB retarda liberação de médicos e entidade vê urgência no programa

MAIS MÉDICOS


15/09/2013



Funcionários da Secretaria de Saúde do Estado revelaram ontem que o Conselho Regional de Medicina anda boicotando o programa “Mais Médicos” na liberação da validade do diploma dos médicos estrangeiros chegados à Paraíba para atuar em 12 cidades do Interior do Estado. Com isso, a previsão é de retardamento de duas semanas para os médicos começarem a atuar. O presidente da Associação Brasil – Cuba, engenheiro Antonio Augusto Almeida, considerou a vinda médica como “questão de solidariedade às comunidades mais necessitadas”.

De acordo com funcionários do Estado, há dias que a documentação dos médicos estrangeiros vem sendo entregue ao CRM-PB com o Conselho sempre apresentando dificuldades na expedição do registro para os profissionais começarem a atuar.

Conforme informações obtidas em Brasilia pelo portal WSCOM, por conta do boicote do CRM contrariando determinação da Justiça Federal, os médicos vão passar duas semanas em João Pessoa em atividades culturais e profissionais quando já deveriam estar no Interior.

SOCIEDADE ORGANIZADA SE MANIFESTA – Em documento enviado ao Portal, sob o titulo “Mais Médicos. Por que apoiamos?”, o presidente da Associação Brasil Cuba, Antonio Augusto Almeida, afirma que “ em primeiro lugar, achamos que o apoio à vinda de médicos estrangeiros para o Brasil é uma questão de solidariedade às comunidades mais necessitadas e desassistidas dos serviços básicos de saúde”.

Para ele, “sabemos que o sistema de saúde pública do país ainda deixa muito a desejar, eivado que está de falhas graves em seus componentes fundamentais. Atestam isso, os reclamos frequentes divulgados constantemente pela mídia, extensivos também aos daquelas pessoas que tem acesso ao sistema privado proporcionado pelos chamados planos de saúde, quando demandam a assistência médico-hospitalar e se deparam com graves deficiências. Mas, estamos falando de condições mais precárias ainda, ou seja, da ausência do elemento mais importante do sistema, que é o médico, de cujo contato, ou consulta como chamamos, começa toda a demanda na ponta do sistema”.

Observa ainda que “advém daí, a segunda razão de nosso apoio (e da maioria da população brasileira) à vinda daqueles profissionais ou, extensivamente, ao “Programa Mais Médicos”, recentemente lançado pelo Governo Federal. Não é necessário ser da área específica para saber que, sem resolver a chamada atenção básica de saúde, aquela ponta do sistema a que nos referimos, onde está o médico e o atendimento primário, e sem adequar as instâncias imediatas mais especializadas, não há como planejar racionalmente o sistema e corrigir suas graves falhas. Do contrário, continuaremos a construir nos grandes centros urbanos grandes unidades especializadas e capacitadas para atender a um determinado público e vê-las, pouco tempo depois de inauguradas, abarrotadas pelos corredores. Os profissionais que irão para os lugares que os médicos brasileiros não estão querendo ir, tem formação em medicina familiar, notadamente os médicos cubanos. São capacitados para atuar exatamente naquela ponta do sistema. E mais, atuarão junto às famílias para maior conforto das pessoas e ensinamento dos princípios básicos de higiene e prevenção de doenças.

Segundo ele, "a terceira razão que nos leva a apoiar o referido programa, é que lutamos por um país socialmente justo e ambientalmente equilibrado. Que o crescimento econômico por si só, como já se tem visto, não será capaz de resolver as perversas desigualdades sociais e espaciais do nosso país.
No mais, é falácia, muitas vezes aceita por pessoas sensatas e éticas, mas levadas por posições políticas desatentas às relações entre as verdadeiras causas e seus efeitos. É argumentação tendenciosa, não de toda uma categoria profissional evidentemente, mas de setores organizados das elites conservadoras para manter o status quo. Para defender privilégios conseguidos a custa do esforço comum de toda a sociedade brasileira para manter a universidade pública gratuita sem o necessário retorno social. É a nossa opinião”.

 



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