O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Eustáquio Andrade Ferreira, disse hoje pela manhã que a Paraíba poderá atrair vários empreendimentos da agroindústria a partir de maio de 2014, quando obtiver a licença internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) confirmando o estado como zona livre da febre aftosa com vacinação.

“Vários confinamentos poderão ser instalados aqui na Paraíba, frigoríficos também. É muito bom para a economia. O status de zona livre vai valorizar o rebanho e as terras da Paraíba”, disse Andrade Ferreira.

Segundo o secretário-executivo da Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca da Paraíba, Rômulo Araújo Montenegro, O novo status foi alcançado depois que a Paraíba atingiu o índice de imunização de quase 79% de vacinação do rebanho, após as últimas campanhas de vacinação. “Conseguimos vacinar mais de mil e cinqüenta animais, num universo de rebanho paraibano de mais de mil e quatrocentas cabeças”, comemora.

Pelos dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, (MAPA), a Paraíba passou a ter 56.470 Km2 de área territorial incorporada à zona livre, o que corresponde a 0,7% do território brasileiro. O novo status de sanidade animal deve contemplar cerca de 98 mil propriedades rurais paraibanas, sendo 101 mil produtores de bovinos contemplados. “O governo federal investiu na Paraíba R$ 5,9 milhões no serviço veterinário estadual, através de convênios, nos últimos cinco anos”, detalha Isabela Avelar, assessora do MAPA.

Para o superintendente federal do MAPA na Paraíba, Lúcio Matos, a presença do ministro na Paraíba mostra a importância genética que o rebanho local tem para a pecuária brasileira. “É preciso reconhecer também o esforço da nossa bancada federal, especialmente dos deputados Hugo Mota e Benjamin Maranhão, na interlocução com o Ministério”, disse.
Além da questão do controle da aftosa, o governador Ricardo Coutinho solicitou publicamente ao ministro Antônio Eustáquio mais apoio em outras áreas, a exemplo da ampliação das patrulhas mecânicas rurais e da interlocução com o Ministério da Integração Nacional para desenvolvimento da estrutura hídrica paraibana.

O governador paraibano se mostrou preocupado com a disputa por água com o vizinho Rio Grande do Norte, que estaria obtendo um quantitativo três vezes maior do Coremas/Mãe D’água que aquilo que preconizam os marcos legais da Agência Nacional de Águas (ANA). Coutinho também abordou a escassez hídrica nas Várzeas de Sousa e a real possibilidade de colapso de abastecimento em várias regiões produtoras no estado. “A seca não é um problema de estado, o clima não é um problema de um estado, é um problema nacional”, disse.

O presidente da Federação de Agricultura da Paraíba (FAEPA), Mário Borba, destacou a performance da região Nordeste no crescimento econômico. Ele disse que, com a consolidação da ferrovia Transnordestina, a produção agropecuária da região deverá crescer enormemente.

A visita do ministro da Agricultura à Paraíba mobilizou ainda os principais representantes do agronegócio no estado, especialmente os setores da pecuária e sucroalcooleiro.