Futebol

Calejados pela Seleção, Dunga e Mano se encontram no Centenário

Ex-Seleção


20/07/2013



A escola no futebol é a mesma, a gaúcha, mas as trajetórias de Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, e Luiz Antônio Venker Menezes, o Mano, tomaram rumos diferentes. O ex-volante, hoje com 49 anos, fez sucesso como jogador. Conquistou títulos importantes e alcançou sua glória máxima em 1994, ao erguer a Copa do Mundo dos Estados Unidos como capitão da seleção brasileira. Aos 51, Mano também é um ex-defensor, só que de carreira extremamente curta. Jogou como profissional apenas no modesto Guarani de Venâncio Aires, no interior do Rio Grande do Sul, mas se tocou de que o futuro como zagueiro não seria dos mais brilhantes e partiu para a área técnica. Acertou. Fez sucesso, ganhou títulos por clubes e dirigiu a Seleção, assim como Dunga.

Calejada pela Seleção, a dupla se enfrenta pela primeira vez neste domingo. O Inter de Dunga recebe o Flamengo de Mano em Caxias do Sul, na serra gaúcha, pela oitava rodada do Brasileirão. O confronto no estádio Centenário, às 16h (de Brasília), marca o encontro dos antecessores de Luiz Felipe Scolari. Dunga comandou o Brasil entre 2006 e 2010. Foram 60 jogos, com 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas. Mano entrou em seu lugar, mas não completou o ciclo de uma Copa. Ficou à frente da Seleção entre 2010 e 2012, quando acabou demitido no fim do ano. Foram 33 jogos, 21 vitórias, seis empates e seis derrotas.

– Não vou duelar com o Dunga, né? É mais um jogo do Campeonato Brasileiro, jogo difícil. Enfrentar o Inter no Rio Grande do Sul sempre é muito duro. Independentemente se é no Beira-Rio ou no Centenário. O Inter vem conseguindo fazer resultado lá – disse Mano, logo na primeira resposta da coletiva.

Mesmo sem querer aprofundar-se no assunto, o técnico rubro-negro elogiou o colega de profissão.

– Penso que Dunga deu exatamente uma noção de conjunto mais definido para essas individualidades do Internacional, que já estavam lá. A produção de equipe não era essa, é mérito do trabalho que está sendo feito agora pelo Dunga. As individualidades só vão se sobressair se o coletivo estiver bom. Por isso, Forlán e D’Alessandro voltaram a jogar bem. Não se faz resultados só com individualidades.

Os dois treinadores também têm estilos diferentes. Mano não é brincalhão, mas tem bom humor e vez ou outra solta uma graça em suas entrevistas. Dunga, que viveu relação difícil com a imprensa na passagem pela Seleção, continua ácido. O comandante colorado dá de ombros para o confronto.

– O que passou, passou. Cada um fez o seu trabalho, colheu aquilo o que plantou. Não tem um treinador contra outro. É um time contra o outro e cada um vai tentar fazer o seu trabalho.

Dunga fez muito mais sucesso que Mano como jogador. Volante de muita marcação, nasceu em Ijuí e foi revelado pelo Internacional, em 83. Em seguida, consagrou-se jogando por Corinthians, Santos e Vasco no Brasil; Pisa, Fiorentina e Pescara na Itália; Stuttgart, na Alemanha, Jubilo Iwata, no Japão, e foi capitão da Seleção tetracampeã. Jogou as Copas de 90, 94 e 98. Além do Mundial dos Estados Unidos, também ganhou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 84, em Los Angeles, a Copa América em 89 e 97, e a Copa das Confederações de 97.

Como treinador de clubes, Mano tem currículo mais extenso e vitorioso. Natural de Passo do Sobrado, fez toda sua carreira de técnico no Rio Grande do Sul. O primeiro grande clube foi o Grêmio, que recolocou na elite do futebol brasileiro com a conquista da Série B, em 2005. Ainda conduziu o Tricolor a um bicampeonato gaúcho (2006 e 2007) e à final da Libertadores de 2007. No Corinthians, o auge em clubes: novamente venceu a Série B, em 2008, e no ano seguinte foi campeão paulista e da Copa do Brasil.

O sucesso no Timão alçou Mano Menezes à seleção brasileira. As conquistas com a Amarelinha, no entanto, se resumiram a dois Superclássicos das Américas (taças disputadas em dois jogos contra a Argentina, em 2011 e 2012). Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, sua equipe ficou com a medalha de prata.

Hoje, evita falar sobre o passado na Seleção. Mas reconhece que a experiência o deixou mais preparado.

– É muito difícil falar sobre isso, falar sobre você mesmo. Quem faz avaliação sobre a gente são vocês (jornalistas). Seleção brasileira traz experiência, maturidade, te deixa calejado para outras situações. É como se tivesse trabalhando o tempo inteiro com as expressões máximas do futebol. Isso exige mais, você se prepara melhor – analisa.


Em cumprimento à Legislação Eleitoral, o Portal WSCOM suspende temporariamente os comentários dos leitores.