Política

Estela critica matéria da Globo e diz que Ricardo não foi indiciado pela PF

JAMPA DIGITAL


20/07/2013

A secretária estadual de Comunicação do Estado, Estela Bezerra, comentou, nas redes sociais, no final da noite desta sexta-feira (19), a matéria veiculada no Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, informando que o governador Ricardo Coutinho (PSB) e o vice-governador Rômulo Gouveia (PSD) estão sendo acusados pela Policia Federal (PF) de envolvimento em supostas irregularidades no projeto Jampa Digital, rede que deveria levar internet gratuita e sem fio a população de João Pessoa (PB).

No Facebook, Estela condenou a matéria e descartou o envolvimento do governador. Segundo a secretaria, Ricardo sequer foi ouvido nas investigações. Ela também disse que em nenhum momento o Jornal Nacional se propôs a ouvir as versões de Ricardo e Rômulo.

“Matéria sobre investigação do Jampa Digital afirma que Ricardo e Rômulo não se pronunciaram. Na verdade, o Jornal Nacional não procurou ouvir ninguém. Entramos em contato com a redação da Globo e questionamos afinal, o inquérito em nenhum momento citou ou convocou o governador para depor. É estranho por que a investigação enviada para o STJ corre em segredo de justiça, não foi conclusa e o governador não foi notificado em qualquer momento”, postou Estelizabel no Facebook.

“Até o momento o governador não foi notificado para prestar qualquer esclarecimento por nenhum dos órgãos oficiais de controle ou investigação envolvidos, ou seja, CGU, PF e TCU. Causa estranheza esse questionamento por parte da imprensa, pois até onde se sabe o nome do governador não está relacionado à investigação (o que seria, se estivesse, da competência do STJ). Além disso, o inquérito policial que até onde se sabe, não envolve o governador, encontra-se sob segredo de justiça”, acrescentou a secretaria nas redes sociais.

A secretária destacou que a matéria, com o suposto indiciamento do governador, que sequer foi ouvido nas investigações, é passível de ação judicial para reparação da verdade. Já o procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, revelou que irá adotar as medidas jurídicas cabíveis para evitar abusos cometidos, seja no desenrolar do processo, seja pela imprensa. Gilberto afirma que o inquérito está servindo mais para especulações pela imprensa, que para o conhecimento das pessoas citadas.

VEJA ABAIXO MATÉRIA PUBLICADA NO SITE DO JORNAL DA GLOBO

Polícia Federal indicia 23 suspeitos por fraude em programa de internet

Segundo a PF, Projeto Jampa Digital foi criado para desviar dinheiro publico. Verba teria sido destinada à campanha do atual governador da Paraíba.
 

Foram desviados mais de R$ 1 milhão de um programa que deveria levar internet de graça para a população de João Pessoa, na Paraíba. A Polícia Federal indiciou 23 pessoas. Entre elas, estão o vice-governador Rômulo Gouveia e o publicitário Duda Mendonça. O Jornal da Globo teve acesso, com exclusividade, aos detalhes dessa investigação.

O relatório da Polícia Federal tem 148 páginas. As provas indicam que 23 pessoas participavam do esquema. Todos os suspeitos foram indiciados. Segundo a PF, o Projeto Jampa Digital foi criado para desviar dinheiro público. Desde o inicio, já se sabia qual empresa ganharia a licitação, de quanto seria o superfaturamento e para onde os recursos seriam desviados.

Em 2012, o Fantástico mostrou que dois anos depois de anunciado, o programa, criado para levar internet de graça à população de João Pessoa, ainda não funcionava na capital paraibana. O Jampa, orçado em R$ 39 milhões, seria custeado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. A vencedora da licitação para implantação do projeto foi a empresa Ideia Digital, que tem sede em Salvador. Segundo a Polícia Federal, a empresa superfaturou o projeto em R$ 1,6 milhão. A investigação descobriu ainda que R$ 1,1 milhão foram repassados pela Ideia a empresas fantasmas em São Paulo.

O dinheiro teria sido usado para pagar despesas de campanha do atual governador do Estado da Paraíba, Ricardo Coutinho, do PSB, e do vice, Rômulo Gouveia, do PSD. A polícia identificou também o envolvimento de José Eugenio de Jesus Neto nas transações financeiras com as empresas fantasmas. Segundo a polícia, José Eugênio era diretor financeiro das empresas do publicitário Duda Mendonça, que foi o responsável pela campanha de Ricardo

Coutinho ao governo da Paraíba em 2010.
Até agora, foram indiciados o publicitário Duda Mendonça por lavagem de dinheiro, o vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia, por corrupção e outras 21 pessoas por participação no esquema. Entre elas, estão empresários e funcionários públicos.

A Polícia Federal também encaminhou a investigação ao Ministério Público Federal e recomendou que sejam apuradas as participações no esquema do governador Ricardo Coutinho, de dois deputados federais. Todos têm foro privilegiado.

"A nossa ideia sempre é trazer provas pra que a Justiça possa condenar efetivamente aqueles que participaram, mas de forma completa, para entender todo mecanismo dessa engrenagem dessa organização considerada criminosa por nós", diz Marcello Diniz, superintendente da Polícia Federal/PE.

A assessoria de imprensa do governo da Paraíba desconhece que o inquérito tenha citado o governador Ricardo Coutinho e que ele não foi notificado. Segundo a assessoria, as empresas investigadas não foram doadoras da campanha e as contas relativas às eleições de 2010 foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. A assessoria disse que Rômulo Gouveia já prestou todos os esclarecimentos sobre o caso e que ele não se envolveu no processo licitatório ou de execução do projeto.

Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado de Duda Mendonça, afirmou desconhecer o indiciamento do publicitário e que Duda Mendonça recebeu R$ 500 mil da campanha eleitoral de Ricardo Coutinho. José Eugênio de Jesus Neto, ex-diretor financeiro das empresas de Duda Mendonça, foi procurado pela produção do Jornal da Globo, mas não retornou.

Em nota, a assessoria de imprensa da empresa Ideia Digital afirmou desconhecer o relatório da Polícia Federal e o indiciamento dos proprietários.

 



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