Paraíba

Casa Própria: servidores da prefeitura são vítimas de fraude em Itaporanga

Casa Própria


18/07/2013



Angústia, constrangimento, frustração. Esses são sentimentos que povoam a vida da agente comunitária de saúde de Itaporanga, Francisca dos Santos Lima, desde que descobriu ter sido vítima de uma fraude supostamente orquestrada pela prefeitura municipal de Itaporanga, junto com o Banco Paulista, de São Paulo.

Cilene, como é conhecida, descobriu o problema quando foi efetivar o seu cadastro para aquisição de uma casa pela Caixa Econômica Federal através do Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. O imóvel já tinha sido escolhido por ela e a aquisição aprovada pela Caixa, mas tudo se desmoronou: “Cheguei ao banco certa de ter minha casa própria, e o que ouvi é que não iria da certo porque eu já era beneficiária de um imóvel em outro programa habitacional. Isso foi muito doloroso pra mim, passei noites sem dormir e tenho sofrido muito”, disse Cilene, que é martirizada também pelo sentimento de impotência por não saber o que fazer, uma vez que já procurou a Prefeitura e o Banco Paulista, mas nada foi resolvido.

A casa que ela iria adquereir custaria 80 mil reais, dos quais 72 seriam financiados pela Caixa, mas não deu certo. “Você passa a vida toda sonhando com uma coisa e, quando esta perto de ter aquilo realizado, o sonho vira pesadelo: é isso o que aconteceu comigo”, contou ela. 

Mas a raiz desse problema está em 2007, quando Cilene fez um cadastro na Prefeitura para o Programa de Habitação Social (PHS), do Ministério das Cidades. Em parceria com o Banco Paulista, responsável pelo financiamento habitacional, o município cadastrou 150 pessoas para receberem casas populares, mas Cilene nunca soube que tivesse sido beneficiada e, de fato, nunca recebeu o benefício, embora o nome dela apareça como proprietária. “Eu quero saber quem ficou com minha casa”, desabafou.

E ela não é a única vítima da fraude: uma outra colega de serviço público, Valdirene Carneiro, e seu esposo, Francisco de Assis Bono Franco, também vivenciam a mesma situação. Eles descobriram a irregularidade há dois anos quando igualmente foram adequerir um imóvel financiado. De lá para cá, lutam na Justiça para retirar seus nomes do cadastro irregular, mas uma solução parece ainda distante.

No entanto, uma esperança para as duas famílias ressurgiu nessa manhã, quando Cilene e Valdirene procuraram o Ministério Público de Itaporanga, que vai investigar o caso, que envolve dinheiro do contribuinte, uma vez que o poder público desembolsou recursos para quitar o financiamento imobiliário. “A promotora foi muito receptiva, pegou todos os documentos e disse que iria acionar até a Polícia Federal”, comentou Cilene.



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