Futebol

Grupo com Eike vence licitação e vai administrar o Maracanã por 35 anos

por 35 anos


09/05/2013



O consórcio formado por Odebrecht Participações e Investimentos S.A. (empresa líder, com 90%), IMX Venues e Arena S.A (de propriedade de Eike Batista, com 5% do grupo) e AEG Administração de Estádios do Brasil LTDA (também 5%) será o responsável por administrar o Complexo do Maracanã pelos próximos 35 anos, a partir do final da Copa das Confederações (a decisão do torneio será em 30 de junho). O anúncio foi feito pelo governo do Rio de Janeiro, no Palácio Guanabara, nesta quinta-feira.

Chamado de “Consórcio Maracanã”, o grupo apresentou toda a documentação necessária para o processo de licitação e foi aprovado por unanimidade pela Comissão Especial de Licitação, superando o "Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro" – composto por Construtora OAS S.A., Stadion Amsterdam N.V. e Lagardère Unlimite. O concorrente teria cinco dias para recorrer do resultado da licitação, mas abriu mão da medida, o que gerou comemoração entre os representantes do "Consórcio Maracanã" presentes à sessão.

A comissão informou que o processo será encaminhado até sexta para o secretário da Casa Civil do Rio de Janeiro, Régis Fichtner, para que o resultado seja homologado e publicado no Diário Oficial. Do lado de fora do Palácio Guanabara, ao contrário da primeira sessão, o clima foi de paz, com poucos pessoas reclamando da licitação do estádio, que foi reinaugurado no dia 27 de abril com um evento-teste para a Copa das Confederações. Além da faixa "O Maraca é nosso", os manifestantes usavam máscaras criticando o governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes e o empresário Eike Batista.

‘Consórcio Maracanã’ teve melhores notas e proposta financeira

De acordo com o edital de licitação, a proposta técnica tem 60% do valor da nota, enquanto a econômica vale 40%. No dia 16 de abril, a Comissão Especial de Licitação abriu os envelopes e apresentou os valores das propostas dos dois consórcios. A oferta do “Consórcio Maracanã” (R$ 5,5 milhões anuais, em 33 parcelas, totalizando R$ 181,5 milhões) foi R$ 26,4 milhões superior à do outro concorrente, o "Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro" (R$ 4,7 milhões por ano, também em 33 parcelas, R$ 155,1 milhões no total).

Após sair na frente na disputa, o “Consórcio Maracanã” também teve a melhor avaliação na disputa técnica. Na segunda fase do processo de licitação, o grupo recebeu 98,26 pontos, contra 94,4624 dos concorrentes. Falta agora apenas a habilitação dos documentos, que ocorre nesta quinta, para Odebrecht, IMX e AEG serem confirmadas como novas donas do palco da final da Copa do Mundo de 2014.

No edital está ainda a previsão de quanto o consórcio vencedor terá que gastar com investimento total no Complexo do Maracanã: R$ 594.162.148,71. O concessionário vencedor terá como compromisso a demolição do estádio de Atletismo Célio de Barros e do parque aquático Julio Delamare e a remodelação do Museu do Índio, que será o Museu Olímpico, localizados no complexo do Maracanã. No local, o concessionário terá que construir áreas de entretenimento, museus do futebol e olímpico e um amplo estacionamento. Além disso, terá de erguer centros esportivos de atletismo e natação nas proximidades do estádio.

Como os clubes de futebol foram proibidos de participar diretamente do processo de licitação, a vencedora terá de negociar com pelo menos dois deles, como manda o edital. Caso a empresa não cumpra as exigências, o governo do Rio de Janeiro pode abrir nova licitação.

Processo é marcado por confusões.

A Comissão Especial de Licitação instituída para cuidar do processo é formada por Luiz Roberto Silveira Leite (presidente) e Angela Leite (primeira-secretária), ambos da Casa Civil, e Sandra Vigné Lo Fiego, representante da unidade de PPP (parceria público-privada) da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).


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