Nas bancas, a Revista NORDESTE deste mês traz um especial sobre a Medida Provisória 595, conhecida como a MP dos Portos.

O Governo Federal quer aprovar a medida, que cria novas regras para concessões de terminais marítimos e muda a forma de contratação de trabalhadores.

A pauta vem dividindo opiniões e alguns estados do Nordeste vêem como retrocesso.

“O que for para melhorar, nós aceitaremos. Se for para modificar a essência (da MP dos Portos), aí fica bastante complicado”, afirmou o ministro Leônidas Cristino, ministro-chefe da Secretaria Nacional de Portos, que já recebeu 645 emendas para a votação.

Os trabalhadores do setor público temem que as medidas gerem desemprego. “A MP pode destruir os portos brasileiros e precarizar a mão de obra”, reclamou o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, temendo que a MP tire dele o controle sobre os portos de Suape e o do Recife, se aliou à Força Sindical para defender mudanças no texto. O interesse é mútuo: enquanto os sindicalistas são contra a reforma por liberar os terminais privados para contratar sem exigências impostas, Campos opina que a MP transfere do estado para o Governo Federal o controle sobre os projetos de expansão de Suape. “Eles (o Governo Federal), que dizem que é mais rápido (fazer as licitações de Brasília), geram há anos dezenas de portos que são infinitamente mais ineficientes do que Suape. Como é que o porto público mais eficiente do País poderá tomar lição com quem há décadas gera portos mais ineficientes? Entre a palavra e o fato, eu fico com o fato”.