Educação

80% dos alunos da Escola Sesc são aprovados em universidades públicas

Inovador


01/09/2014

 Lucas Sperb tinha 14 anos quando saiu de Camaquã, no Rio Grande do Sul, e chegou à Escola Sesc de Ensino Médio (Esem), em Jacarepaguá, em 2008. Lá, dividiu um quarto, por três anos, com um rapaz do Mato Grosso e outro do Rio Grande do Norte. Além de completar os estudos, aprendeu basquete, consertou computadores da comunidade em volta, virou fotógrafo amador e, em 2011, aprendeu o bastante para passar para Jornalismo na Universidade Federal do Pampa, em seu estado natal. Tudo sem sair do colégio, o oitavo melhor da cidade, segundo ranking do Enem 2012.

— Existem infinitas possibilidades dentro da escola. Você tem contato com política, literatura, esporte… Os professores moram na escola, os alunos também, todos escolheram estar lá. Então, o nível de engajamento das pessoas é muito alto — diz Sperb, de 20 anos, que já trocou o curso de Jornalismo pelo de Biomedicina, e foi o único brasileiro selecionado para testar o Google Glass (óculos que faz foto, vídeo e tem acesso a web, um dos produtos mais desejados pelos apaixonados por tecnologia).

A Escola Sesc, que proporcionou isso tudo, de graça, para Sperb, vai abrigar o encontro Educação 360, que acontece sexta-feira e sábado.

— Você pode conhecer a educação no Brasil todo olhando para a nossa escola. A gente enxerga a diversidade como a existência — explica Inês Paes, coordenadora pedagógica da Esem.

No ano passado, 82% dos alunos que fizeram vestibular foram aprovados em universidades públicas. Os estudantes chegam à Escola Sesc de Ensino Médio por meio de um processo seletivo que acontece todo ano. Para participar, o interessado tem que ter renda familiar igual ou menor a cinco salários mínimos por pessoa. Além disso, precisa ter feito pelo menos dois terços do ensino fundamental em escola pública ou com bolsa em particular.

A rotina das turmas é recheada. As disciplinas regulares acontecem pela manhã. À tarde, cada um busca a sua atividade, entre oficinas de arte, esportes e clubes de debate. Os alunos não saem do colégio de segunda a sexta. Nos fins de semana, há passeios programados com a escola. O auditório de 600 lugares também é palco de shows, peças de teatro e outras atrações



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