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58% dos hospitais públicos de SP têm equipe incompleta

Faltas


04/06/2013

Uma fiscalização realizada em prontos-socorros que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de São Paulo apontou que 58% dos serviços hospitalares de urgência e emergência operava com equipes médicas incompletas, segundo relatório do Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo (Cremesp).

A vistoria do Cremesp foi feita em 71 prontos-socorros municipais, estaduais e de outras entidades entre fevereiro e abril deste ano. O resultado da pesquisa foi divulgado nesta terça-feira (4). Além das equipes incompletas, o conselho flagrou macas com pacientes em corredores, falta de materiais básicos e dificuldades para transferir pacientes.

Elas foram apresentadas nesta terça-feira (4) pelo Cremesp. Segundo o Conselho, os problemas representam um risco à saúde da população e impedem que os médicos tenham condições adequadas de trabalho.
Segundo o conselho, dos 71 prontos-socorros inspecionados, 41 estavam com a equipe médica de plantão incompleta, o equivalente a 58%.

Ainda de acordo com os dados das vistorias, faltam materiais em 59,2% das salas de emergência fiscalizadas. Mais de 28% das salas de emergência estão inadequadas para o atendimento.

Em 45,6% dos serviços não há chefia de plantão nem médico diarista. A vistoria ainda apontou que 6,1% dos prontos-socorros não têm Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Você imagina uma pessoa que precisa de atendimento de urgência e fica em uma maca no corredor. Em alguns casos até por cinco dias. Isso é uma desumanidade"

De acordo com Renato Azevedo, presidente do Conselho, os resultados da fiscalização serão encaminhados ao Ministério da Saúde, à Secretaria de Estado da Saúde e às secretarias municipais das cidades que fizeram parte da vistoria. "Você imagina uma pessoa que precisa de atendimento de urgência e fica em uma maca no corredor. Em alguns casos até por cinco dias. Isso é uma desumanidade", contou

Segundo Azevedo, a falta de médicos pode ser explicada pelos baixos salários e más condições de trabalho encontrados em hospitais públicos.“Ficamos perplexos com a maneira como os pacientes são tratados e responsabilizamos os secretários municipais, estaduais e o Ministério da Saúde pela falta de financiamento adequado e pela má gestão do sistema de saúde”, disse Azevedo.

Lançamento de campanha

Com os dados, o Cremesp lançou nesta terça-feira a campanha “Prontos-socorros em agonia. Até quando?” O objetivo é alertar a população e as autoridades, com ações presentes no rádio e na televisão sobre os problemas enfrentados pelos prontos-socorros do Estado de São Paulo.

Segundo Azevedo, as ações da campanha devem começar ainda esta semana. "Nós queremos que a sociedade se mobilize e pressione autoridades para melhorar as condições da saúde. O Brasil é um dos países que menos investem em saúde pública e isso vem diminuindo a cada ano", afirmou.

 



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