Esporte

50 anos depois, milésimo gol de Pelé ainda causa polêmica; contagem aponta que ele aconteceu na Paraíba

Registros apontam que o milésimo gol foi marcado no Maracanã, mas existem controvérsias que mostram que ele ocorreu na Paraíba.


14/11/2019

Por Edney Oliveira
Portal WSCOM 

 

Ao longo das décadas foram encontrados gols esquecidos de Edson Arantes do Nascimento, conhecido mundialmente como Pelé. Jornais da época registram que o milésimo gol do eterno craque santista foi marcado no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Outros apontam que historicamente ele foi registrado na Ilha do Retiro, em 12 de novembro de 1969, em uma inesquecível goleada no Santa Cruz por 4 a 0. A polêmica em torno do gol continuou, até que em 14 de maio de 1995, a “Folha de S.Paulo” publicou a sua descoberta, fruto de uma pesquisa de três meses.

 

Para ela e todos os paraibanos, o gol mil do craque foi marcado em 14 de novembro, há exatos 50 anos, na vitória santista sobre o Botafogo-PB por 3 a 0, em um amistoso no estádio na Vila Olímpica Parahyba, em João Pessoa. A manchete do jornal foi “Paraíba viu o verdadeiro milésimo gol; erro de contagem consagrou o Maracanã”.

 

A justificativa do jornal foi um jogo esquecido em 1959, quando Pelé defendeu a seleção das Forças Armadas do Brasil no Campeonato Sul-Americano Militar, em 18 de novembro. Ele fez um dois gols na vitória sobre o Paraguai por 4 a 3.

 

Entenda a polêmica

A “Gazeta Esportiva“, um dos mais importantes jornais esportivos do país, considerou inicialmente que a marca foi alcançada na goleada do Santos sobre o Santa Cruz por 4 a 0, na Ilha do Retiro, em 12 de novembro de 1969. No dia seguinte, ela estampou: “Recife aplaudiu o 1.000º de Pelé”.

 

 

Para outra parte da imprensa, o feito ocorreu naquele mesmo ano, mas sete dias depois, na noite de 19 de novembro, na vitória santista sobre o Vasco por 2 a 1, no Maracanã, com 70 mil presentes. A mesma Gazeta Esportiva estampou novamente em sua capa: “Maracanã de pé consagrou Pelé“, contrariando todos os outros jornais e a ela mesmo.

 

 

Os personagens da polêmica

De um lado da história estava o italiano radicado no Brasil Thomaz Mazzoni, chefe de redação de “A Gazeta Esportiva” e uma referência sobre história do esporte no país. Tinha um acervo próprio, com dados e estatísticas da seleção e dos grandes jogadores.

 

Do outro lado, estava Adriano Neiva da Mota e Silva, o De Vaney, de “A Cidade de Santos“. Filho e neto de políticos, ele era natural de Ribeirão Preto.

 

Ambos “guerreavam” sobre os verdadeiros dados e estatísticas do craque brasileiro, porém, na conta dos dois, existiam divergências. Nas contas de Mazzoni, Pelé tinha alcançado 995 gols, enquanto para De Vaney, 993.

 

Mesmo com a publicação e a discussão gerada pela Folha de S. Paulo, a data de 19 de novembro e Mazzoni, com seus dois gols a mais, no Estádio do Maracanã, prevaleceram como o dia da consagração do milésimo gol. O que se sabe até hoje é que ninguém conseguiu descobrir quantos gols exatamente Pelé fez. Se foram 1.281, 1.282 (como ele costuma usar), 1.283 ou 1.285.

 

O que os paraibanos sabem de fato é que aqui jogou um grande craque e por mais que a imprensa diga que foi apenas o gol 999, para esse lado de cá do Nordeste, o milésimo gol de fato aconteceu na Vila Olímpica e ela é Parahyba.

 

Na imagem, a camisa e registro do gol 999, no Estádio Almeidão/Foto: Edney Oliveira-Portal WSCOM


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