A líder camponesa, Elizabeth Teixeira, comemora nesta quinta-feira (13) o seu centésimo aniversário de nascimento. A data dará início a uma série de homenagens para a representante das Ligas Camponesas. Natural de Sapé, a ativista tonou-se um dos principais símbolos da luta pela reforma agrária com as garantias de terras e justiça social para a população do campo.

Elizabeth atuou ao lado do companheiro João Pedro Teixeira na luta por melhores condições para a população trabalhadora do campo e assumiu o protagonismo do movimento das Ligas Camponesas após a morte do esposo em um crime encomendado por latifundiários da região de Sapé.

Siga o canal do WSCOM no Whatsapp.

Com a instauração do Regime Militar a partir de 1964, ela passou a sofrer com perseguições políticas que lhe renderam uma série de prisões e a obrigaram a viver por 17 anos na clandestinidade sob uma identidade falsa e sem a companhia dos filhos. Durante esse período ela usou o cognome Marta Maria da Rocha, só reassumindo sua real identidade após a publicação do documentário “Cabra Marcado Para Morrer” em 1984. O filme de Eduardo Coutinho conta a sua história de vida e de João Pedro Coutinho.

Atualmente ela vive em João Pessoa com a filha Anatilde Teixeira, no bairro de Cruz das Armas, na Capital. Elizabeth ainda classifica o período vivido no campo ao lado do marido como o mais feliz de sua vida.

Homenagens

Recentemente a Assembleia Legislativa da Paraíba aprovou a concessão da Medalha de Epitácio Pessoa para Elizabeth Teixeira. O projeto de propositura da deputada estadual conterrânea de Elizabeth, Cida Ramos (PT), foi aprovado pelos parlamentares da casa e a homenagem será entregue à ativista no evento que acontecerá em Sapé para marcar o centenário do seu nascimento.

“Uma mulher que eu considero uma heroína do povo brasileiro. Nossa querida Elizabeth Teixeira, que completa 100 anos de existência, 100 anos de vida dedicada à luta pela reforma agrária. Reforma agrária que no mundo inteiro não é bandeira revolucionária ou bandeira de luta que se tenha que ter tanto sangue”, afirmou a parlamentar sobre a história de vida de Elizabeth.

Com o apoio do Governo Federal, do Governo do Estado da Paraíba, da Prefeitura de Sapé, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), será realizado o Festival da Memória Camponesa. O festival durará desta quinta-feira (13) até o próximo sábado (15).