Política

WS analisa métodos de confronto de Bolsonaro e Ricardo transferindo responsabilidade de ações para imprensa

Jornalista e analítica politico do Portal WSCOM, Walter Santos comenta a postura adotada por Bolsonaro e Ricardo Coutinho em transferir para a imprensa a responsabilidade pelos seus atos de gestão


23/09/2020

O jornalista e analista político Walter Santos

Bolsonaro acusa Mídia de gerar crise com desinformação no Brasil; em João Pessoa, Ricardo Coutinho ameaça romper e reagir contra imprensa; por que extremos?

Terça-feira de registro histórico sobre a conduta de líderes políticos em níveis nacional e municipal. Na Organização das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro acusou a Imprensa de ser responsável por campanha de desinformação explorada por interesses escusos e anti-patriotas, por isso se mantém firme em combater esse segmento.

Em tempo, registre-se que a Rede Globo representa o combate e agressão à mídia, mesmo que tenha sido o Plim Plim responsável pelo atual “status quo” da existência do atual chefe do Executivo. Já são 346 jornalistas agredidos pelo presidente e seus auxiliares.

Ele foi direto ao acusar índios e caboclos como responsáveis pelos incêndios na Amazônia e Pantanal, acusando-os de tocar fogo na floresta quando os satélites e instâncias internacionais provam e condenam o governo por tudo, mesmo ele afirmando estar combatendo excessos que ninguém vê.

Na análise da abordagem do presidente, a crise é formulada pelo seu desempenho de não aceitar nenhuma exploração jornalística inconveniente, embora na essência tudo aconteça pela linha ideológica intolerante com ingrediente de negócios que ele só de inclina para veículos abaixados ao seu poder. E olhem, repito, a Globo foi responsável por sua eleição.

CENA TABAJARA

Pelo discurso do candidato a prefeito de João Pessoa pelo PSB, Ricardo Courinho, nas últimas entrevistas, a mídia local é a responsável pelos problemas que ele tem sofrido nos últimos tempos, por isso mesmo está disposto a adotar medidas à altura de confronto.

Na realidade, a mídia explora com intensidades diferentes a conjuntura na qual, independentemente da Imprensa, há em curso a Operação Calvário na qual ele é acusado de liderar uma Organização Criminosa precisando ter que se explicar, mesmo rebatendo e defendendo a tese de que não há provas. A garantia do amplo direito de defesa precisa existir.

Não podemos negar que, de fato, existem veículos em conflito permanente com ele, mas isso não é majoritário, nem merece ameaças que, na prática, ele se dispõe a adotar.

Em síntese, antes da conclusão, o fato é que o conjunto de valores leva ao estilo de confrontação o ex-governador a voltar a ameaçar violentamente a mídia, como noutra proporção faz Bolsonaro. Este não é o melhor caminho indicado.

Por fim, levemos em conta que a mídia precisa acompanhar os fatos, questionar várias nuances e abrigar, garantir as diversas versões. Não é salutar para a democracia ter a mídia omissa ou tê-la forçando barras partidariamente ou, na outra ponta, conviver com lideranças políticas intolerantes, perseguidoras e antidemocratas, de Direita ou de Esquerda.

Voltaremos ao tema.



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