Após o encontro, Deltan deu sinais de que manteve contato com Eduardo Girão com o intuito de traçar uma estratégia para angariar novos apoios no Senado.
Em 4 de março, Deltan envia para Aras uma lista de senadores em postos de liderança que deveriam ser procurados em busca de apoio. “Olha o plano de conversas que o Eduardo propôs”, avisou às 16h37.
Foram listados 20 parlamentares, vários citados em delações da Lava Jato. É o caso de Eduardo Braga (MDB-AM); Humberto Costa (PT-PE); Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE); e Alvaro Dias (Podemos-PR). Também figurava na lista de senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – ele participou de uma articulação de Deltan para usar a Rede Sustentabilidade como uma espécie de laranja para uma ação de interesse da Lava Jato no STF.
Deltan se mostra empolgado com a ideia: “nesse colégio, a metade vai aderir bem. Alguns talvez nem compense a visita…Mas é aquele coisa; fechar o cerco! Creio que as visitas individuais aos outros 60 e poucos Senadores fará a diferença, pois como diz Martim Luther King Jr ” O que me incomoda não é o grito dos maus (que muitas vezes tomam a liderança ) mas o silêncio dos bons “. Mas os tímidos podem surpreender dessa vez….Na eleição da Presidência da casa fizeram a diferença”, disse às 16h38.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a força-tarefa da Lava Jato disse, por meio da assessoria de imprensa do MPF do Paraná, que é permitido aos procuradores “incentivar colegas a se candidatarem”, “fazer contatos” e “encampar iniciativas para a escolha dos melhores candidatos”. Destacou, porém, que tem “reiteradamente defendido” a lista tríplice “sem manifestar apoio a determinado candidato”.
“A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba não reconhece as mensagens que lhe têm sido atribuídas. O material é oriundo de crime cibernético e sujeito a distorções, manipulações e descontextualizações. É legal, legítimo e recomendável que procuradores busquem o aperfeiçoamento institucional. Isso engloba a participação no processo de escolha do novo procurador-geral. Procuradores podem incentivar colegas a se candidatarem, assim como fazer contatos e encampar iniciativas para a escolha dos melhores candidatos pelos colegas e pelo presidente. Diversas vezes, iniciativas cogitadas não se realizaram após reflexão e ponderações internas. Os integrantes da força-tarefa da Lava Jato têm reiteradamente defendido que a escolha do novo procurador-geral seja feita a partir da lista tríplice, sem manifestar apoio a determinado candidato.”
O ministro Sergio Moro, Eduardo Girão e Vladimir Aras, foi procurado mas eles ainda não se manifestaram. As informações são do UOL.