Paraíba

UFPB: Estudantes do Campus IV continuam em greve

greve


30/07/2013



Os estudantes do Campus IV da UFPB estão em greve deste o dia 9 de julho, e deste então, uma série de mobilizações estão sendo realizadas para chamar a atenção da reitoria e da sociedade para os problemas na unidade de ensino. “Não estamos parados. Continuamos promovendo várias atividades, como oficinas, debates, mesas de diálogos, cine debates e jogos de raciocínio lógico para manter ativa a mobilização no campus”, explica um dos representantes do comando, Kym Kanatto Melo, estudante do curso de Ciências da Computação.

Desde o início do movimento, eles ocuparam o prédio da Direção de Centro, no município de Rio Tinto, e fecharam as entradas da universidade, impedindo a realização de aulas da Graduação. Continuam funcionando apenas as atividades de pesquisa e extensão e os cursos de Especialização.

Na segunda-feira, 29, um grupo de estudantes esteve em João Pessoa e visitou a ADUFPB com o objetivo de reforçar o apoio que o Sindicato vem dando ao movimento grevista. Na próxima quinta-feira , 1º de agosto, será realizada uma assembleia dos professores do campus IV para votar um indicativo de greve também dos docentes. Já os servidores técnico-administrativo promovem assembleia nesta terça-feira, 30, para discutir o movimento.

Durante a visita que realizaram ao campus de João Pessoa, na segunda-feira, os alunos do Litoral Norte também participaram da reunião do Consuni (Conselho Universitário da UFPB) que decidiu transformar em residência universitária o Hotel Escola, que havia sido construída no campus IV para servir ao curso de Hotelaria. “Esse transferido para o campus de João Pessoa. Por isso havia essa proposta de transformá-lo em uma residência”, explica Kanatto. A reunião do Consuni foi realizada no auditório da Reitoria, às 14h.

Restaurante universitário e residência

A greve no campus IV (que possui cursos nos municípios de Mamanguape e Rio Tinto) começou por falhas na política de assistência estudantil. Os alunos reclamavam principalmente da falta de restaurante universitário e de residência para atender os estudantes de outras cidades.

Além disso, denunciam que as bolsas-auxílio para alimentação e moradia (pagas justamente com o objetivo de suprir a falta de restaurante e de residência) pagam apenas R$ 150, cada uma, quando apenas o aluguel na região varia de R$ 350 a R$ 450. Além disso, apenas uma pequena parcela de alunos tem direito aos dois auxílios simultaneamente.

Depois de deflagrado o movimento grevista no dia 9 de julho, houve reunião com o Pró-Reitor de Assistência e Promoção ao Estudante (Prape), Thompson Lopes de Oliveira, mas sem avanço nas negociações.

No dia 12 de julho, a reitora Margareth Diniz esteve no campus e assinou um termo de acordo com o estudantes garantindo a abertura do restaurante de Rio Tinto (que tem 98% de sua estrutura pronta para funcionamento e comida estocada, mas continuava de portas fechadas), além de outros pontos de reivindicação. Em Mamanguape, o restaurante universitário ainda está sendo construído.

O restaurante de Rio Tinto realmente foi aberto no dia 19 de julho. “O interessante é perceber que, apesar de todos os obstáculos que a reitoria usava como justificativa para manter esse serviço fechado por tanto tempo, ele agora está funcionando normalmente sem que precise se fazer nada”, comenta o estudante Kim Kanatto. O local atende os alunos que permaneceram na cidade apesar da paralisação.

Entretanto, o comando de greve recebeu informações de que não foi efetivada a contratação dos funcionários que atendem no restaurante. “Os funcionários, que antes mantinham diálogo com a gente, passaram a não nos receber mais. Eles trabalham para uma empresa terceirizada e ficamos sabendo que não havia sido efetivada a contratação deles, como exigíamos”, explica Kanatto. Por causa dessa quebra do termo de acordo assinado pela reitora, os estudantes decidiram em nova assembleia manter o movimento grevista.

Reivindicações

Outra exigência dos estudantes que não foi atendida foi a abertura da residência universitária, que também está concluída, mas continua de portas fechadas. “A informação era de que a residência deveria ter sido aberta no início do ano, mas, quando a nova reitora assumiu, alguns equipamentos foram retirados de lá e direcionados ao campus de Areia. Mas não pudemos confirmar essa informação, porque não nos deixam entrar no prédio para conferir a situação lá”, afirma o estudante Kim Kanatto.

Os estudantes fazem ainda outras reivindicações: a abertura imediata do processo licitatório dos equipamentos restantes do restaurante de Mamanguape, que tem apenas 20% da estrutura concluída; apresentação do projeto de reestruturação das residências; pagamento dos seis meses de salários atrasados dos terceirizados, e recontratação dos funcionários do restaurante de Rio Tinto.

2ª greve

Esta é a segunda greve de estudantes do campus Litoral Norte desde a inauguração da unidade, em 2006. A primeira foi deflagrada no dia 10 de setembro de 2010, depois que o forro de um dos blocos das salas de aula desmoronou. A mobilização durou 38 dias e também contou com o apoio dos professores.
 



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