O multimídia e analista político Walter Santos analisa argumentos do Governo Bolsonaro voltados para atender pequenas e medias empresas com aporte de R$ 40 bilhões visando pagar funcionários, só que os números do governo se conflitam com dados do SEBRAE e PWC.

A TRAPALHADA DE NÚMEROS DO GOVERNO NO TRATO DE ENFRENTAMENTO AO VÍRUS

Números do BC, do SEBRAE e PWC são conflitantes sobre a realidade em torno do apoio à MEI, micro, pequena e média empresas. Pelos dados expostos, a Base da economia está de fora do Plano de R$ 40 bilhões via socorro oficial insuficiente.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente do Banco Central, Campos Neto, anunciaram com estardalhaços o aporte de R$ 40 bilhões para Pequenas e Médias Empresas correspondente, conforme eles, a 1,4 milhão de estabelecimentos visando pagar pessoal. Só que há um detalhe comprovado: os números do BC não batem bem com as estatísticas do SEBRAE, nem da PWC, esta última privada.

Está no noticiário: Bolsonaro e Campos Neto disseram que os R$ 40 bi em duas vezes vão pagar salários de 12,2 milhões de trabalhadores das pequenas e médias empresas.

Ocorre que, pelas contas do SEBRAE, os números são outros e por eles o que significa MEI – Microempreendedor Individual com faturamento anual de até R$ 60 mil e Microempresário com faturamento até R$ 360 mil não estão contemplados do pacote.

OS NÚMEROS DO SEBRAE

Está no site do sistema: segundo o SEBRAE, a economia brasileira abriga 64 milhões de estabelecimentos dos quais, diz, 99% são de micro e pequenos negócios. As médias empresas atendidas pelo Socorro do BC não são sequer citadas pelo sistema.

De acordo com o SEBRAE, esse segmento de Mei e Microempresa corresponde por 52% dos empregos com carteira assinada envolvendo 16,1 milhões de pessoas.

OUTROS DADOS A COMPLICAR

No site da PWC – Price -, os números são de 6 milhões de empresas existentes das quais 500 mil são pequenas e médias. Outras 100 mil correspondem a de grande porte. Os dados expostos estão desconectados da realidade do SEBRAE.

A PWC entende que as PMEs significam 30% do PIB sem ignorar, segundo a Price, que nos últimos anos houve a migração de 40 milhões de pessoas para Classe Média.

Em síntese, as medidas anunciadas não abrigam nem comportam as MEIs e as microempresas sabendo já que estas são a maioria dos negócios.

Trocando em miúdos, o BC precisa refazer suas contas porque não batem com os dados do SEBRAE, pois, pelas contas do sistema será preciso muito mais do que R$ 40 bilhões.

Eita trapalhada danada.