Esporte

Solto nos EUA, José Maria Marín desembarca em São Paulo


05/04/2020

Globo Esporte

Após cinco anos detido no exterior por causa do Fifagate, José Maria Marín chegou neste fim de semana no Brasil após ser libertado pela Justiça dos EUA. O ex-presidente da CBF, de 87 anos, saiu de Nova York sozinho no sábado e desembarcou em Viracopos na manhã deste domingo.

Para conseguir a liberação de Marín, a defesa do ex-dirigente usou a pandemia do novo coronavírus e os problemas de saúde do cliente como argumentos.

A juíza Pamela Chen citou na decisão que Marin está com a “saúde significativamente deteriorada” e tem “risco elevado de graves consequências para a saúde devido ao atual surto de Covid-19”. A decisão de Pamela Chen diminui a pena de Marin em um ano e dois meses.

 

Marin foi preso em 27 de maio de 2015 em Zurique. Em dezembro daquele ano foi transferido para os EUA. Ficou em prisão domiciliar em seu apartamento na Trump Tower até dezembro de 2017, quando foi julgado e condenado a 41 meses de prisão.

Acusado no Fifagate falece nos EUA

O ex-presidente de Honduras Rafael Callejas (1990-1994), que aguardava sentença nos Estados Unidos por envolvimento no escândalo de corrupção na Fifa, faleceu no último sábado (4) aos 76 anos de parada cardíaca em um hospital de Atlanta, informou a família.

Em 2015 Callejas foi acusado pela promotoria de Nova Jersey de receber subornos para negociar contratos com uma empresa de marketing com sede na Flórida pelos direitos de transmissão dos jogos da seleção de Honduras durante seu mandato na presidência da federação de futebol de seu país, cargo que exerceu por 13 anos.

Entenda o caso de Marín

Em dezembro de 2017, José Maria Marin foi considerado, na mesma corte, culpado de seis dos sete crimes pelos quais foi acusado pela promotoria da Justiça americana. São eles: organização criminosa (1x), fraude bancária (3x) e lavagem de dinheiro (2x).

Eles estão ligados a Copa Libertadores da América, Copa do Brasil e Copa América e cometidos entre os anos 2012 e 2015, período em que Marin foi presidente da CBF. Na mesma ocasião, o cartola foi absolvido de acusação de lavagem de dinheiro relativa à Copa do Brasil.

Marin não esteve sozinho. Nesse mesmo julgamento, o júri popular formado na corte, em Nova York, também condenou o ex-presidente da Conmebol e da Associação Paraguaia de Futebol Juan Angel Napout por organização criminosa e fraude bancária.

Tanto Napout quanto Marin foram, no dia 22 de dezembro de 2017, para a prisão no Brooklyn. Segundo a promotoria, Marin recebeu ao todo U$ 6,5 milhões de propina de empresas de marketing esportivo para assinar contratos de direitos comerciais de competições de futebol na América do Sul.

A investigação feita pela justiça americana se tornou pública em maio de 2015, quando José Maria Marin e mais cinco dirigentes de futebol de outros países foram presos em um hotel na Suíça.

À época, o dirigente brasileiro aceitou ser extraditado para os Estados Unidos e ficou de 2015 a dezembro de 2017 em prisão domiciliar, em seu apartamento de luxo, no prédio Trump Tower, em uma das áreas mais caras de Nova York.

Ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero (que foi suspenso pela FIFA) também foram denunciados pela justiça americana por receber propina e cometer os mesmos crimes pelos quais Marin foi condenado. Mas como o Brasil, por lei, não extradita seus cidadãos, eles não são julgados em Nova York.



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