Sarau Poético do Centro Estadual de Arte da Paraíba  (Cearte-PB) volta em 2022 para nova temporada em formato de live, através do perfil oficial da Escola de Arte (@ceartepb). A primeira atração dessa edição será na terça-feira (22), às 17h, e contará com participação do poeta George Ardilles.

A ação é realizada pelo núcleo de Atenção e Estudo da Palavra, ligado à área de Literatura do Cearte e tem como objetivo principal promover o encontro do público com poetas da Paraíba, despertando o interesse e o prazer pela leitura por meio da poesia.

Durante o Sarau, o poeta convidado apresenta sua obra declamando três poemas. Previamente, alunos do Cearte estudam a obra do autor e apresentam trabalhos para expressar ou traduzir como percebem a poesia dele. Durante a ação, há espaço para intervenções poéticas, com expectadores da live podendo participar fazendo perguntas e declamando ou interpretando um poema.

Modelo remoto

A ação é coordenada pelo professor Jairo Cézar, que ministra o curso “Poesia em Voz Alta”, no Cearte-PB, e conduz o Sarau fazendo a mediação entre o autor convidado, os alunos do Centro e o público participante. Segundo ele, o formato da versão presencial se manteve nas edições on-line, iniciadas durante o período do isolamento social para conter a disseminação da COVID-19, em 2020, e seguiu assim em 2021, com bom engajamento do público. Diante da experiência exitosa, nas edições de 2022 optou-se por manter a realização do Sarau de modo remoto.

“O formato on-line não tem o calor das pessoas, nem a sombra da mangueira que mora no Cearte [na sede do Thomaz Mindello], mas permite que possamos ter convidados de diversas cidades do estado. Talvez essa seja a maior vantagem desse novo formato, além das questões sanitárias. Todavia, acreditamos que no segundo semestre, retornaremos para o presencial, mas para convidados que moram distantes, o formato remoto vai seguir”, justificou Jairo.

Novíssima geração da literatura paraibana

Além de George Ardilles, que abre a edição 2022 do Sarau Poético, também irão participar a poeta Amanda K., dia 26 de abril, e o poeta e escritor Léo Barbosa, dia 24 de maio, fechando essa primeira temporada do ano. Sobre o perfil dos poetas convidados, Jairo Cézar destacou a qualidade de suas obras e o fato de serem talentos mais jovens no circuito literário da Paraíba.

“Todos integram a chamada novíssima geração da literatura paraibana, embora cada qual possua suas especificidades. A qualidade poética é a marca que os une”, enfatizou o coordenador do Sarau Poético.

Interação com o público

Para essa primeira edição do ano, o Sarau Poético pretende reforçar o enfoque na participação do público, que pode interagir com os convidados, dinamizando a ação e possibilitando um diálogo direto com os poetas e seus poemas.

“A interação é o principal ponto do nosso sarau. O microfone fica aberto e o público pode declamar poemas dos poetas convidados ou autorais. Além disso, é possível fazer perguntas aos nossos convidados, o que aproxima escritores e leitores”, ressalta Jairo.

Para o coordenador Jairo Cézar, o Sarau é uma ação que promove bastante engajamento e tem resultados expressivos, além de ser uma janela de divulgação dos autores do circuito literário paraibano.

“Os resultados são excelentes. Temos mantido um bom público e sempre com boa interação. Outro ponto positivo é que autores que estão iniciando sua carreira também podem aproveitar o espaço para divulgar seu trabalho para o público”, pontuou ele.

Perfil dos poetas convidados

Os poetas convidados para a primeira temporada de 2022 do Sarau Poético tem perfil diverso: vindos de diferentes lugares da Paraíba e com estilos e propostas poéticas bem particulares.

George Ardilles – 39 anos, baiano de Bom Jesus da Lapa, mas vive em João Pessoa (PB) desde 1995. É graduado em Ciências Sociais pela UFPB e atualmente cursa licenciatura em Letras pelo IFPB. Foi na capital paraibana que ele começou a ter contato com a literatura local e deu seus primeiros passos literários. Participou das antologias “Sensualidade em prosa e verso” (2008), “Poetas Brasileiros Contemporâneos Vol. 49” (2008) e da “Antologia de Contos Fantásticos” (2008) da Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Foi um dos selecionados para compor a coletânea V Prêmio Literário Canon de Poesia 2012. Foi agraciado com destaque na II Coletânea Poesia de Quarta, promovida pelo IFPB campus Cajazeiras e Coletivo Poesia de Quarta. É autor de “Poemas de Meio-fio”, livro de estreia publicado em 2009, com segunda edição em 2020. Em 2021, lançou a obra “Externo” pelo selo independente “9 margens”. Uma reunião de poemas dos últimos doze anos.

Amanda K. – 37 anos, natural de Cajazeiras (PB), cidade onde vive. É advogada e foi vencedora do Concurso Nacional de Contos e Poesia que marcou os 60 anos do Correio das Artes, na categoria contos com a obra “Cogumelos nascem no telhado” em 2011. “Vinis descascando pelas bordas” lançado em 2018, foi seu livro de estreia na poesia. Escreve crônicas às sextas como colunista do Jornal A União e foi vencedora em 2021 do Prêmio Políbio Alves realizado pela Fundação Cultural de João Pessoa na categoria crônica, com o livro “Unhas, política e Aristóteles”. Faz parte da Antologia organizada por Rubens Jardim que reúne 328 poetas de todo o Brasil intitulada “As Mulheres Poetas na Literatura Brasileira”.

Léo Barbosa – 31 anos, nascido em João Pessoa (PB), onde ainda reside. Formado em Letras pela UFPB e pós-graduado em Linguagem e Ensino pela mesma instituição. Atualmente, é mestrando em Linguagens e formação docente pela UEPB. É escritor, poeta e professor de Língua Portuguesa na Secretaria de Educação do Estado da Paraíba.  Autor de “Molduras”, (Penalux, 2019, poesia). “Confesso estar vivendo” (Ideia, 2016, prosa), “Lutos diários” (Patuá, 2013, poesia), “Versos Versáteis” (Ideia, poesia, 2010) e “Lembrança Perseverante” (Sal da Terra, 2008, poesia). Entre 2010 e 2016 manteve uma coluna quinzenal no caderno de opinião do jornal Correio da Paraíba. Foi editor do blog literário “zonadapalavra” (2013-2015). Seus poemas também podem ser encontrados nos sites/blogues “Mallarmargens”, “Germina” e “Jornal da poesia”. Atualmente, é colaborador quinzenal do Jornal A União (caderno de Cultura).