Futebol

‘Ronaldinho’ na época da base, Carlos Eduardo avisa: ‘Melhor não comparar’

'Ronaldinho'


15/02/2013



Carlos Eduardo e Ronaldinho Gaúcho não são contemporâneos. Um tem 25 e o outro 32. Sete anos os separam, mas as trajetórias têm pontos em comum. Revelados pelo Grêmio, saída precoce para a Europa, chegada à seleção brasileira e agora Flamengo. Para ser específico, a camisa 10 do Rubro-Negro. Neste domingo, Carlos Eduardo vestirá o número eternizado no clube por Zico pela primeira vez. Será no clássico com o Botafogo, no Engenhão, pela sétima rodada da Taça Guanabara, às 18h30m (de Brasília). Foram quase nove meses até que a mítica camisa pudesse sair do armário. Não houve “passagem de bastão”. Ronaldinho saiu do clube via ação judicial em maio do ano passado e pela porta dos fundos. Deixou magoada a torcida rubro-negra e foi para o Atlético-MG. Por lá, vive boa fase e até voltou à Seleção.

Seleção que Carlos Eduardo também persegue. Foi por isso que voltou ao Brasil depois de sofrer com problemas físicos nos dois últimos anos na Europa. O meia-atacante planeja jogar a Copa do Mundo de 2014 e poderá encontrar R10. Apesar de nunca ter sido companheiro de Ronaldinho, Cadu conviveu com a sombra do craque desde a chegada à base do Grêmio. Habilidoso e promissor, se viu cercado por comparações que inflavam o ego, mas que também poderiam pregar peças.
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– Foi legal, até meu apelido na base era Ronaldinho. Mas quando a gente chegou nos juniores o treinador pediu para mudar isso, até porque era um peso muito grande. E usei Carlos Eduardo. Não atrapalhou, não. Motivava mais, sabendo que me chamavam de Ronaldinho. Todo mundo sabe que é um jogador sensacional e sempre foi meu ídolo – contou o novo 10.

Com o próprio nome, Carlos Eduardo se apresentou aos torcedores gremistas em 2007. No início daquela temporada, foi integrado ao grupo principal e ajudou o time na conquista do Campeonato Gaúcho. Fez, inclusive, os dois gols no primeiro jogo da final contra o Juventude e foi eleito o craque e a revelação do estadual. Também se destacou na campanha da Libertadores da América e foi vice-campeão. Na final, derrota para o Boca Juniors. Em agosto daquele mesmo ano, rumou para o Hoffenheim, da Alemanha.

Na Europa, CE10 não teve o mesmo sucesso de R10. Ronaldinho ganhou a Copa de 2002, foi duas vezes eleito o melhor do mundo, ergueu títulos pelo Barcelona e virou astro. Pela Seleção, foram 100 jogos até aqui. Carlos Eduardo foi chamado por Dunga e Mano Menezes, em 2009 e 2010, num total de quatro partidas. Os problemas físicos no Rubin Kazan, da Rússia, o atrapalharam.

A decisão da dupla de voltar a jogar no Brasil teve o mesmo propósito. Ambos querem estar na Copa do ano que vem. Ronaldinho teve pouco mais de um ano de altos e baixos com a 10 de Rubro-Negro. Foi no Atlético-MG que recuperou o bom futebol. Cinco anos depois de despontar no Grêmio e de aprovar as comparações com o Gaúcho, Carlos Eduardo diz que agora o momento é de novamente marcar o próprio nome.

– Melhor não comparar. Todo mundo sabe que o Ronaldinho tem um talento enorme, que infelizmente saiu meio brigado do Flamengo, mas creio que ajudou o grupo enquanto esteve aqui. Para mim, claro que tem algum peso, até porque são jogadores que vestiram a 10 do Flamengo de alto nível. Zico, Ronaldinho, o próprio Adriano, Petkovic. São jogadores que foram ídolos aqui, tenho que trabalhar ao máximo, me doar ao máximo para ser ídolo aqui.

A estreia de Cadu não terá a pompa da que foi preparada para Ronaldinho no ínicio de 2011, mas a expectativa sobre o principal reforço do Flamengo até aqui é das maiores.

– Fui criado com muita pressão desde criança, joguei com a 10 da Seleção também. Mas claro que é um peso vestir a camisa 10 do Zico. Estou preparado.



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