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Relações estremecidas entre China e Estados Unidos são boa oportunidade para o Brasil


26/09/2019

A guerra comercial entre Estados Unidos e China vem durando muito mais tempo do que o esperado. Tendo começado já no início do ano passado, devido à iniciativa do presidente estadunidense Donald Trump de adicionar tarifas na importação de produtos em relação aos quais a China é líder mundial – como painéis solares e produtos de linha branca –, a briga se estende e toma dimensões cada vez maiores a cada dia que passa.

Ambas as economias têm perdido dinheiro com o desenrolar da história, mas os Estados Unidos são quiçá os mais prejudicados. Além de tudo, a tática chinesa tem feito com que as tarifas aplicadas por eles em represália aos movimentos dos norte-americanos atinjam mais as cidades rurais dos Estados Unidos, que também são as mais prejudicadas pelo cenário econômico calamitoso de ampla desigualdade de renda entre famílias e regiões no país da América do Norte.

Em um cenário destes, um dos grandes ganhadores poderia ser justamente o Brasil. Uma vez que os mercados de produtos alimentícios dos Estados Unidos encontram-se “fechados” pela China, somos a nação que poderia substituir os norte-americanos neste âmbito, para obter ganhos cada vez maiores com exportações para o país que ainda precisa destes itens para continuar seu pujante crescimento econômico.

(Foto: Pixabay)
(Foto: Pixabay)

 

Entretanto, a ideologia parece falar mais alto no gabinete de relações internacionais do governo federal brasileiro. Ainda que o presidente tenha recuado em suas falas negativas sobre a China, não se vê um esforço mais intenso por parte dos nossos líderes para que os laços entre o Brasil e o gigante asiático se fortaleçam em tempos bastante oportunos.

Essa questão vai bem além das finanças e dos fundos a se adquirir por meio de tal momento. A China é um país de história rica, longa e exemplar em alguns aspectos. Elementos revolucionários, como a pólvora, foram descobertos ali. Além disso, sua influência cultural atinge o mundo todo, de maneira física e direta e também de forma virtual.

A chegada, por exemplo, do Instituto Confúcio a diversas cidades brasileiras para ensinar a língua e os elementos culturais chineses demonstra como o interesse no intercâmbio cultural com o país asiático está crescendo. Entretanto, o estudo do idioma e da cultura da China é apenas um dos exemplos da influência que este país vem exercendo. A China é fonte de inspiração em diversas outras áreas, sendo possível verificar essa influência inclusive no ramo do entretenimento, em que jogos como Zhao Cai Jin Bao, disponível nos melhores cassinos, e de celular, como Arena of Valor, lançam mão de iconografias chinesas em suas artes. Também encontramos tal influência no campo de leitura, com livros como a Arte da Guerra, do estrategista militar Sun Tzu, servindo de guia para líderes em todos os âmbitos há séculos, e até mesmo no YouTube, com o canal da celebridade virtual Li Ziqi mostrando para milhões de pessoas a fascinante vida rural da China.

No entanto, apesar de a cultura milenar chinesa ter atributos bastante positivos, há, obviamente, muito a se discutir sobre o controle firme feito pelo governo chinês quanto à sua população. Além disso, a condução econômica do país em fatores como regulamentação trabalhista e taxa cambial prejudica pessoas dentro e fora da China.

(Foto: Pixabay)
(Foto: Pixabay)

Ainda assim, seria bom ver o Brasil como um todo buscando maior aproximação com aquela que pode ser a nova superpotência mundial enquanto os Estados Unidos passam por essa “crise de identidade” que pode colocar em risco seu status de maior economia do globo. Isso seria positivo tanto por conta dos ganhos a curto prazo, com o aumento das trocas entre as nações, que tem acontecido de forma natural por conta das forças de mercado, quanto a longo prazo, uma vez que a China tem investido em infraestruturas-chave em vários países para que haja melhor integração de redes logísticas entre as nações.

O Nordeste do Brasil e seus governadores já tiveram o insight de buscar por iniciativa própria esses estreitamentos, que podem ser propícios para a região. Os potenciais regionais, como a exploração da energia solar e o desenvolvimento de tecnologias para a agricultura, podem ser pontos-chave para o presente e o futuro, apesar do baixo interesse do governo federal em fazê-lo. Vejamos se essa iniciativa do Nordeste servirá de exemplo para outros governadores Brasil afora. A nós, resta aguardar e verificar como ficarão as relações entre o país asiático e o Brasil nos próximos tempos.


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