Política

RC usa Palácio e Granja para pressionar prefeitos ligados a oposição, diz deputa

“IGUAL AOS OUTROS”


21/03/2013



{arquivo}A Granja Santana – residência oficial do governador – e o Palácio da Redenção – Sede do Governo do Estado – têm sido utilizados com a finalidade diferente do que realmente são de função. Segundo alguns deputados estaduais de oposição, as duas casas, que deveriam se tornar palcos para tomadas de decisões importantes para a Paraíba, têm sido usadas pelo principal usuário, ou seja, o governador Ricardo Coutinho (PSB), para fazer conchavos políticos e para anunciar, através de imagens e releases (matérias) encaminhados à imprensa, adesões de prefeitos e lideranças ao seu projeto pessoal de reeleição.

Coincidentemente, ou não, as imagens do governador Ricardo Coutinho anunciando adesões, seja na Granja ou no Palácio da Redenção, sempre são encaminhadas à imprensa, primeiro pela assessoria de imprensa do seu partido, o PSB. Horas depois, a Secretaria de Estado da Comunicação Institucional (Secom-PB) encaminha textos e fotos do mesmo encontro como anuncio de uma importante ação ou obra para o município ou região do prefeito da audiência em questão.

{arquivo}Na noite da última terça-feira (19), por exemplo, a assessoria do PSB divulgou a adesão dos prefeitos de Barra de São Miguel, Luci da Costa (PMDB); de Caraúbas, Severino Dudu (PSC); e de Alcantil, Zé Ademar (PMDB). Até ai tudo bem, mas, a reunião que antecedeu o anúncio aconteceu no Salão Nobre do Palácio da Redenção, inclusive, com a presença do presidente Estadual do PSB, Edvaldo Rosas (Veja imagens ao lado).

Somente no dia seguinte, quarta-feira (20), às 15h51, a Secom-PB divulgou que o governador teria recebido os prefeitos dos municípios do Cariri para discutir ações ligadas à ampliação da rede de abastecimento de água, entre outros benefícios.

A postura do governador Ricardo Coutinho em relação à forma como está anunciando o apoio dos prefeitos tem revoltado vários políticos de oposição no Estado. Um deles é o deputado estadual Anibal Marcolino (PEN). “É lamentável que um governo que se pregava como ‘o novo’, que afirmava que não iria usar de artifícios de outros governadores, tenta cooptar prefeitos dessa forma. De forma descarada o senhor governador tem levado prefeitos para dentro do Palácio e para Granja para tratar de assuntos políticos. Absurdo”, disse.

{arquivo}Alvo são os prefeitos ligados aos deputados de oposição

O deputado ainda revelou que agentes do governo têm buscado o apoio, principalmente, dos prefeitos e lideranças ligadas aos deputados que fazem oposição ao governo na Assembleia Legislativa. “Eles chegam junto dos prefeitos e lançam a proposta: ‘se você deixar este deputado a sua prefeitura vai ter todos os investimentos necessários, se não deixar, nós não poderemos ajudar vocês’. Então, esta manobra tem sido feita de forma aberta por parte do governo, tentando pressionar os prefeitos”.

Aníbal ainda revelou que outros deputados lhe confidenciaram que a manobra também visa pressionar os parlamentares que eram da situação, mas, que migraram para oposição. “Eles estão sendo coagidos, indiretamente, a voltar a apoiar ao governo. Seus prefeitos estão sendo procurados pelo governo na tentativa de deixá-los. Então, qual é a saída? Infelizmente, alguns acabam retornando à base do governo. É lamentável o que está acontecendo no Estado da Paraíba”, concluiu.

{arquivo}Nonato critica uso da estrutura da Secom-PB

O vice-prefeito de João Pessoa, Nonato Bandeira (PPS), foi o primeiro a criticar a forma como Ricardo Coutinho tem cooptado o apoio dos prefeitos. Na última segunda-feira (18), ele criticou a ausência de obras estruturantes do Governo do Estado e afirmou que o governador tem utilizado a estrutura da Secom-PB para anunciar a adesão política de prefeitos e lideranças pelo interior do Estado.

“Basta viajar pelo interior da Paraíba, como eu estou fazendo e acompanhar os releases da Secom, para reparar que é anunciando de papel timbrado, através de releases e fotos, o apoio de prefeitos e de lideranças em relação à reeleição do governador, enquanto isso você não vê mais obras estruturantes pelo Estado”, disse Nonato.



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