Internacional

Promotores indianos usarão DNA como prova de estupro coletivo

Julgamento


21/01/2013



 Exames de DNA feitos em roupas ensanguentadas e amostras da pele servirão de base para que promotores indianos peçam a condenação de cinco adultos e um adolescente acusados de envolvimento em um caso de estupro que provocou comoção nacional.

Os promotores apresentarão também registros de telefonemas em celulares e um depoimento da vítima e de um amigo dela, relatando o estupro coletivo cometido dentro de um ônibus de Nova Délhi na noite de 16 de dezembro, segundo a agência Reuters. A mulher, uma universitária de 23 anos, morreu dias depois de prestar depoimento, por causa das lesões sofridas no ataque.

Mas o julgamento pode acabar inocentando os réus, já que a má qualidade das práticas forenses na Índia é uma das principais razões para a grande taxa de impunidade nos casos de estupro.

Advogados dos acusados disseram à Reuters que estão se preparando para contestar as conclusões dos peritos, apontando-as como manipuladas.

Eles também podem alegar que o processo foi distorcido porque a polícia apressou a investigação diante da repercussão do caso. Dois dos quatro advogados dos réus dizem que seus clientes foram torturados na prisão para fazerem confissões que parecem ser excessivamente semelhantes.

"Todas as declarações dizem a mesma coisa. É como se alguém as tivesse ditado", afirmou o advogado Manohar Lal Sharma à Reuters.

Um porta-voz policial não quis comentar as críticas sobre as confissões.

Andamento

O julgamento de cinco homens acusados da morte de uma estudante de 23 anos após seu estupro coletivo em um ônibus de Nova Délhi começou nesta segunda-feira (21) na capital indiana, indicou à AFP o procurador Dayan Krishnan.

"O julgamento começou. Foi apresentada a ata de acusação ao juiz e os debates começarão no dia 24 de janeiro", afirmou o procurador diante do tribunal. Os cinco homens, que têm entre 19 e 35 anos, são acusados de homicídio, estupro, sequestro e furto, passíveis da pena de morte.

O julgamento é realizado a portas fechadas em um tribunal especial para acelerar o procedimento de um caso que comoveu a opinião pública indiana e provocou manifestações de protesto.

O início do julgamento foi atrasado até a tarde desta segunda devido à solicitação do advogado de um dos acusados, que pediu que o processo fosse transferido a uma jurisdição de fora da capital. O pedido foi finalmente rejeitado.

Antes do início do julgamento, o pai da vítima havia pedido uma sentença rápida e exigido a forca para os autores da agressão.

"O tribunal e os juízes têm o dever de pronunciar rapidamente uma sentença e de garantir que todos os homens sejam enforcados", disse.

"Nenhum homem tem o direito de viver depois de ter cometido um crime tão abominável", acrescentou o pai da vítima, cujo nome não pode ser revelado de acordo com o que rege a lei indiana nos casos de estupro.

A vítima, uma estudante de fisioterapia de 23 anos que voltava do cinema com o namorado, foi estuprada várias vezes em um ônibus, agredida sexualmente com uma barra de ferro e depois lançada para fora do veículo seminua.
A mulher morreu treze dias depois em um hospital de Cingapura.



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