Economia & Negócios

‘Problemas dos avançados não podem criar obstáculos’, diz Dilma


27/03/2013



 A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (27), na África do Sul, que os problemas dos países desenvolvidos não podem criar obstáculos para os países em desenvolvimento. Em Durban, Dilma discursou na 5ª Cúpula dos Brics, grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

“Sem sombra de dúvidas não podemos permitir que os problemas dos países avançados criem obstáculos para o crescimento econômico de países como os nossos. Nosso caminho é encontrar novas soluções que garantam crescimento mais vigoroso dos países emergentes, de modo a assegurar criação de empregos de qualidade, utilizando ciência, tecnologia e inovação e, ao mesmo tempo, aumento do bem-estar dos nossos cidadãos, que é ainda bem distante do bem-estar das economias avançadas. Ao fazer isso, estamos dando grande contribuição para recuperação das economias avançadas", disse a presidente.

A presidente também defendeu reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) para tornar o organismo, segundo ela, mais representativo da realidade mundial. "Seguimos unidos na defesa de reformas das estruturas de governança global. É necessário urgentemente atualizá-las e torná-las mais legítimas e representativas do mundo de hoje. O ano de 2013 é central para se implementar as reformas do FMI, para adequá-lo à realidade da economia mundial", afirmou. 

Para Dilma, os países em desenvolvimento vão se afirmar no século 21 e reduzir a distância social que os separa dos mais desenvolvidos.

“Eu estou certa de que o século 21 será de afirmação do mundo em desenvolvimento. Nós vamos reduzir a distância econômica e social que ainda nos separa dos países mais avançados. Seremos, BRICS, África e América do Sul protagonistas decisivos deste novo cenário histórico de uma cultura de paz, de solidariedade, de justiça social e de cooperação fraterna”, afirmou.

Dilma também afirmou que a lição dos Brics é agir com “otimismo” e não “pessimismo” que atinge outras regiões do mundo.

“As lições que tiramos dessas reuniões dos Brics e desta reunião em particular é que devemos ter o otimismo e o dinamismo e sempre reiterar a confiança e mantermos uma atitude contra o pessimismo e a inércia que muitas vezes atinge outras regiões do mundo”, afirmou durante sessão plenária da cúpula.

Para Dilma, os países do Brics vão responder à crise internacional “com vigor e mantendo a determinação de continuar gerando empregos e combater a pobreza em nossos países”. Ela destacou as iniciativas dos Brics que, segundo a presidente, permitiram que esses países resistissem à crise internacional.

"Resisitmos à crise global, que afeta os mercados dos países desenvolvidos, com políticas que reforçam nossa capacidade e nossa estabilidade econômica. Nós nos distinguimos também porque temos aplicado um modelo de desenvolvimento com inclusão social […] Em todos os Brics ocorreu uma sensível redução das pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza", afirmou a presidente.

A presidente afirmou considerar ser importante a cúpula ocorrer na África, continente em transformação para se tornar cada vez mais rico.

“Eu acho que para os céticos a África é hoje uma região em processo de transformação política econômica, que vem construindo sua estabilidade um continente que fica cada dia mais rico. Segundo dados internacionais dos dez países com maior crescimento previsto até 2015, sete são africanos, o que é uma ótima notícia para o mundo e para a redução das desigualdades entre as regiões do mundo”, disse.



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