O Fantástico apresentou, na noite deste domingo (23), reportagem sobre a Operação Pés de Barro, cuja investiga apura o desvio de verbas de uma adutora no sertão da Paraíba. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, neste sábado (23), o deputado federal Wilson Santiago (PTB), o prefeito de Uiraúna, João Bosco Nonato Fernandes, e outras cinco pessoas.
As investigações apuram pagamentos de vantagens ilícitas (“propina”) decorrentes do superfaturamento das obras de construção da “Adutora Capivara”, a qual se trata de um sistema adutor que deve se estender do município de São José do Rio do Peixe/PB ao município de Uiraúna/PB, no Sertão da Paraíba.
As obras contratadas, inicialmente, pelo montante de R$ 24.807.032,95 já teriam permitido, de acordo com as investigações, a distribuição de propinas no valor R$ 1.266.050,67.
O inquérito policial federal teve por base uma proposta de colaboração premiada, apresentada pela Polícia Federal e acolhida pelo Exmo. Ministro Relator no STF.
Foi ainda determinado pelo Poder Judiciário a indisponibilidade de bens imóveis em nome dos investigados.
Confira a matéria na íntegra:
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, determinou o afastamento do deputado federal Wilson Santiago das suas funções na Câmara Federal. A ordem é fruto da Operação Pés de Barro deflagrada na manhã deste sábado (21) que tem por objetivo desarticular uma organização criminosa dedicada à realização de pagamentos ilícitos e superfaturamentos de obras no Sertão da Paraíba segundo a Polícia Federal.
WILSON SE DIZ VÍTIMA
“O delator busca a todo momento construir relações que possam nos implicar de forma pessoal e criminalizar o trabalho parlamentar”. Foi esse o cenário que o deputado federal Wilson Santiago citou, em forma de defesa, para justificar os mandados de busca e apreensão e o seu afastamento da Câmara Federal, a pedido do ministro do Supremo, Celso de Mello, após a deflagração da “Operação Pés de Barro” neste sábado (21).
Segundo o parlamentar, George Ramalho, que foi preso em abril de 2019, no âmbito da Operação Feudo, que investiga desvios de recursos públicos em Prefeituras da Paraíba, tem usado o instrumento de delação para que, de forma criminosa, tente ligar o nome de parlamentares nesses desvios a exemplo do seu.
“O delator iniciou no segundo semestre de 2019 a construção de um roteiro, que servisse como base para acordo que lhe favorecesse na operação que foi alvo de prisão”, diz trecho da nota.
Confira na íntegra:
Na manhã de hoje fomos surpreendidos por Operação da Polícia Federal. A operação em questão foi baseada na delação do empresário George Ramalho, o qual foi preso em abril de 2019 na Operação Feudo. Segundo as informações preliminares, o delator iniciou no segundo semestre de 2019 a construção de um roteiro, que servisse como base para acordo que lhe favorecesse na operação que foi alvo de prisão. O delator busca a todo momento, construir relações que possam nos implicar de forma pessoal e criminalizar o trabalho parlamentar.
Fica evidente, que o delator usa um princípio jurídico que veio para ser um instrumento de promoção de justiça, como artifício para favorecimento pessoal e evitar condenação na Operação Feudo. Temos certeza que esse tipo ação criminosa será coibida. Não podemos aceitar que a ação política fique refém dessas práticas. Dessa forma, tomaremos as medidas cabíveis para que a verdade venha à tona, com o esclarecimento das questões objeto da investigação e nossos direitos sejam restabelecidos. Estamos a disposição da Justiça para colaborar em todo o processo.
Wilson Santiago
Deputado Federal
Escrito por: Angelo Medeiros