Saúde

Pesquisadores descobriram por que a mulher é mais baixa que o homem

Do que homem


10/02/2014

 Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Helsinki, na Finlândia, se dedicou a analisar relações genéticas ligadas ao cromossomo X para descobrir qual seu papel na diferenciação de homens e mulheres pela altura. O resultado foi destaque pelo periódico científico PLOS Genetics, na última quinta-feira (9).

O cromossomo X (mulheres têm dois dele, homens, apenas um) é tido como muito particular e justamente por isso já teve estudos refutados pela comunidade científica. A análise que permitiu aos pesquisadores abrir o que eles batizaram de "arquivo X" foi feita em 25 mil participantes residentes do Norte europeu.

O objetivo do estudo era encontrar fatores genéticos que pudessem explicar eventuais diferenças em várias características de homens e mulheres, como índice de massa muscular, pressão sanguínea e altura.

Desta forma, o estudo apontou que uma variante genética próxima do gene ITM2A, que desempenha papel fundamental no desenvolvimento cartilaginoso, é frequente entre pessoas mais baixas do que a média.

A variante identificada, presente em mais de um terço dos europeus avaliados, causa um aumento na expressão do ITM2A, sugerindo que quanto mais expressado o gene for, mais baixa a pessoa será. Curiosamente, o efeito dessa variante sobre o ITM2A se mostra muito mais intenso em mulheres.

"A dose dupla desses genes próprios do cromossomo X nas mulheres poderia lhes causar problemas durante o crescimento. Para minimizar esse perigo, há um processo natural do corpo em que uma das duas cópias do cromossomo X presente nas células é silenciada", explica, na divulgação do estudo, o cientista Samuli Ripatti. "Quando percebemos que a variante relacionada à altura que identificamos estava próxima a um gene que é um dos dois capaz de escapar desse silenciamento nós ficamos particularmente surpresos."

O fato de, nas mulheres, as duas cópias da variante que atua sobre o ITM2A permanecerem ativas é a responsável pela mais intensa expressão dele e, consequentemente, por deixá-las, em geral, mais baixas que os homens.

Os pesquisadores afirmam que identificar mais associações como essa, em que uma variante atua em conjunto com o cromossomo X de forma diferente em homens e mulheres, permitirá à ciência ampliar o que se sabe sobre diferenças físicas entre os sexos.



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