Política

Partidos e entidades de esquerda da Paraíba denunciam arbitrariedades adotadas na Operação Calvário


27/02/2020

O presidente estadual do PT, Jackson Macêdo

Por Redação / Portal WSCOM



Em nota divulgada no final da tarde desta quinta-feira (27), partidos de esquerda e movimentos sociais do campo progressista se manifestaram contra a decisão do desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), que determinou o uso de tornozeleira eletrônica por investigados da Operação Calvário, após a concessão de vários habeas corpus favoráveis a réus pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“O Judiciário cada vez mais vem sendo transformado em aparelho da política, transformando as investigações em espetáculo, destinado apenas a produzir condenações antecipadas, linchamento moral e assassinato de reputações de cidadãos e cidadãs que estão em pleno gozo de seus direitos constitucionais, e que estão sendo tratados de forma ilegal, imoral, aética pelos seus adversários políticos”, diz trecho da nota.

As entidades acusam o Judiciário e Ministério Público de agirem com atos “ explícitos o suficiente para mostrar que, nessas investigações, o que menos importa é seguir a Constituição, o rito processual dos tribunais e as leis do país, porque foram identificadas ilegalidades cometidas ao longo de mais de um ano de investigações, cujos resultados se resumem a ilações obtidas por delações premiadas adquiridas através de assédios morais e torturas psicológicas, sem a devida prova material”.

Leia a nota na íntegra:

NOTA

Os partidos e entidades da sociedade civil paraibana que subscrevem esta nota dirigem-se ao povo paraibano para expressarem sua estranheza e ao mesmo tempo manifestarem seu protesto e indignação, contra a determinação do Desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, Ricardo Vital, de obrigar os investigados na Operação Calvário a usarem tornozeleira eletrônica, mesmo após o Superior Tribunal de Justiça conceder Habeas Corpus aos mesmos.

Esse ato explicita ainda mais o caráter persecutório que, desde o início, caracteriza a Operação Calvário: prisões cautelares, delações premiadas, vazamentos seletivos para setores da imprensa adversária dos investigados, prisões às vésperas do recesso judiciário, com o objetivo de dificultar a reversão da medida, divulgação para a imprensa de trechos de delações em inquéritos que tramitam em “segredo de Justiça”, antes mesmo que seja garantida a defesa destes, o legal acesso a estas deleções.

O Judiciário cada vez mais vem sendo transformado em aparelho da política, transformando as investigações em espetáculo, destinado apenas a produzir condenações antecipadas, linchamento moral e assassinato de reputações de cidadãos e cidadãs que estão em pleno gozo de seus direitos constitucionais, e que estão sendo tratados de forma ilegal, imoral, aética pelos seus adversários políticos.

Os procedimentos adotados localmente tanto pelo Ministério Público quanto pelo desembargador responsável pela Operação Calvário, são explícitos o suficiente para mostrar que, nessas investigações, o que menos importa é seguir a Constituição, o rito processual dos tribunais e as leis do país, porque foram identificadas ilegalidades cometidas ao longo de mais de um ano de investigações, cujos resultados se resumem a ilações obtidas por delações premiadas adquiridas através de assédios morais e torturas psicológicas, sem a devida prova material.

A última decisão de obrigar os/as investigados/as na Operação Calvário a usarem tornozeleiras eletrônicas é apenas mais um capítulo dessa sequência de persecutórias ilegalidades cometidas no decorrer da Operação. Além de não haver nenhuma justificativa para a medida, a não ser expor os/as atingidos/as à humilhação pública, reforçando ainda mais a percepção por parte da sociedade civil organizada, de que há inaceitáveis motivações políticas e arrivista que movem a Operação Calvário!

Assim, conclamamos a sociedade paraibana, os movimentos sociais e os homens e mulheres que lutam em defesa da democracia a continuar denunciando as arbitrariedades cometidas por parte do judiciário brasileiro.

João Pessoa, 27 de Fevereiro de 2020.

Assinam

. Partido dos Trabalhadores – PT-PB

. Partido Comunista do Brasil – PCdoB-PB

. Partido Socialista Brasileiro – PSB-PB

. Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST

. Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB

. Marcha Mundial das Mulheres

.Associação Brasileira de Juristas pela Democracia/PB

. Consulta Popular

. Levante Popular da Juventude

. Grupo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais Maria Quitéria PB

. Movimento da Negritude Unificada

. Movimento do Espirito Lilás – MEL

. Associação dos Travestis da PB – Astrapa

. SINTESUFCG – Sindicato dos Trabalhadores de Educação Superior da UFCG

. ADUFPB – Associação dos Docentes da UFPB

. ABAYOMI – Coletivo de Mulheres Negras na Paraíba.

. Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB

MOV-BI

. Movimento de Moradia Mãos Dadas.

. JPT – Juventude Petista PB



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