A Paraíba tem mais beneficiários do Bolsa Família do que empregados formais, com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e do Ministério do Desenvolvimento Social, divulgados pelo site Poder360 nesta quarta-feira (12). De acordo com o estudo, o estado está em quinto num ranking de 13 unidades da federação na mesma situação.

Apesar da ampliação da diferença entre beneficiários e empregados formais, a Paraíba ocupa a mesma posição de abril do ano passado, mas com número piores em relação a abril deste ano. O total de trabalhadores com carteira assinadas subiu de pouco mais de 431 mil para 449 mil, O resultado não foi suficiente para melhorar os números porque a Paraíba aumentou de 612 mil para mais de 710 mil beneficiários do bolsa família, no comparativo entre abril do passado e este ano.

A condição de mais beneficiários do Bolsa Família do que empregos formais é mesma em todo o Nordeste e mais 4 estados do Norte. Segundo os dados, mais brasileiros dependem do Bolsa Família do que têm empregos formais em 13 dos 27 Estados do país.

No ano passado, essa proporção era de 12 Estados. Agora, o Rio Grande do Norte, que era uma exceção no Nordeste, também registra mais beneficiários do que empregos formais. O Maranhão é o que apresenta a maior relação de dependência do benefício, com duas famílias maranhenses recebendo Bolsa Família para cada trabalhador com carteira assinada no Estado.

Pandemia e eleições 2022

Antes da pandemia, eram oito Estados com mais benefícios do que empregos formais. Em 2020, o número subiu para dez. Com a criação do Auxílio Brasil, em 2022, passou a ser 12 e, agora, a situação se agravou em mais um Estado.

O aumento do número de beneficiários do programa social é atribuído à ampliação de quase 50% no último ano do governo de Jair Bolsonaro. Nos três anos anteriores, houve um crescimento no número de atendidos, mas, em 2022, o governo ampliou de 14,5 milhões para 21,6 milhões de beneficiários.

Com o Bolsa Família superando o número de empregos com carteira assinada em mais Estados, a dependência do benefício se torna cada vez mais forte.

No entanto, uma parte do aumento de beneficiários do Bolsa Família deve ser revertida com a revisão pelo governo dos cadastros do programa social que considera irregulares (fala-se em 2 milhões ou mais).