Acompanhamos os debates eleitorais nas redes de TV, rádio e internet. Candidatos são ¬¬-estimulados por seus assessores, inclusive, aqueles especialmente chamados marqueteiros, que cuidam da imagem individual de cada um, dos partidos, etc., interagindo com os conselhos políticos, observando a concorrência, sugerindo e apresentando propostas. A partir daí os marqueteiros traçam estratégias de ataque visando desconstruir a concorrência e destacar aumentando os números de credibilidade de seus clientes candidatos.
A agenda diária de um candidato é simplesmente estressante do ponto de vista de administrar compromissos, ouvir e tomar decisões, participar de um infinito número de reuniões setoriais de grupos que apresentam propostas e outros. Visitas a famílias nas casas, diálogo com grupos de negros, LGBT, sindicatos, grupos jovens, artistas, religiosos, gravação de guia eleitoral e pequenos vídeos para internet, sessão de fotografias, aniversários, presença em velórios, entrevistas, reuniões com núcleo duro de campanha, participação em eventos diversos como lançamento de livros, shows, debates em universidades e muito outros.
Os candidatos disputam prestígio, brigam por captação de recursos, negociam valores, deliberam equipes de coordenação de campanhas, mobilização, comitês, e outros compromissos e acima e tudo devem manter o bom humor e serenidade. Devem ter discursos prontos e respostas para quase todas as questões que se apresentam.
Nesse ponto, por exemplo, temos assistido aos candidatos locais quando participam dos debates respondendo questões entre eles próprios e do público em geral. Os assuntos versam geralmente entre o básico como saúde, educação, segurança, mobilidade, cultura, turismo, esporte e outros. Assuntos também relacionados a emprego e desvios dos recursos públicos, corrupção, desmandos. Os candidatos à reeleição nas chapas majoritárias buscam por sua vez mostrar serviço à sociedade, dizer o que realizaram em obras, e o que desejam por em prática no futuro, mesmo em forma de promessa, caso sejam eleitos.
Usando técnicas de boa postura, frases de efeito para atrair e conquistar o público, e um comportamento como que politicamente correto; os candidatos enfrentam verdadeiras guerras, onde cada um coloca em cena seus próprios arsenais de marketing político eleitoral. As regras do jogo obedecem programar o apoio imprescindível do partido, assessoria qualificada de comunicação e marketing, network e muito mais.
Além disso, o candidato contará com novas ferramentas para propagar suas ações positivas passando desde a panfletagem, mobilização e hoje especialmente as mídias sociais. Requintadas estruturas de apoio, pesquisa de dados para obter respostas e guiar novas ações, e outros requisitos. Será a partir daí que irá definir os caminhos que a sua campanha deverá tomar até alcançar suas metas e objetivo final com resultado.
Nesse ano de conturbadas manobras políticas a partir de processos gerados dentro e fora dos tribunais, ações envolvendo o Planalto Central, Câmara e Congresso, importantes grupos de comunicação e mídia, religião e outros, a campanha eleitoral mais que precisa de especialistas com visibilidade inteligente para associar as propostas dos candidatos e leva-los a reeleição e vitórias. Sem esquecer um componente, o mais importante, que são os eleitores, donos dos votos que irão decidir os resultados das urnas em 2 de outubro.
Temos ai eleitores que andam descrentes de promessas, observando fichas, prestação de serviços e comportamento dos candidatos, e a maioria destes carrega a pecha de corruptos, traidores, golpistas. O eleitor deseja saber ainda muito. Quer propostas claras, que atendam suas necessidades básicas para uma qualidade de vida melhor e evoluir.
Candidatos, entre muita coisa, carecem da construção e conquista de relacionamentos que por vez levam anos e vida, e isso o marketing eleitoral não fabrica. Além de conhecer detalhes indispensáveis na hora de pensar o comportamento do eleitor, conhece-lo e aplicar técnicas para fidelizar o seu voto, tudo isto são armas para decidir uma campanha de apenas 45 dias.
São desafios a transpor. Nada disso é tão fácil administrar como se imagina na hora de lançar uma candidatura. Por isso o marketing político eleitoral.
Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing – g.sabino@uol.com.br
Escrito por: Gil Sabino

