BRASIL: GOVERNO 2015-2018

O que será do Brasil no próximo governo? As pesquisas eleitorais e de opinião estão tentando explicar tudo, com seus dotes de ciência rigorosa e pitonisa pós-moderna. Além de anteciparem em quem vão votar os nossos mais de 140 milhões de eleitores, decifram, com exatidão, a consciência e as aspirações nacionais para o período 2015-2018.

Na verdade, a pauta das discussões das eleições deste ano já foi formulada, com plena legitimidade. Essa vem sendo a missão dos novos movimentos sociais no país, desde junho de 2013, pregando a convicção de que podemos ter uma vida bem melhor.

O povo quer melhorias no presente e construir as bases de um futuro promissor: a) educação pública de qualidade em todos os níveis, b) sistema nacional de saúde e médico-hospitalar moderno, eficiente e eficaz, c) alto nível de emprego e bons salários, d) transportes coletivos confortáveis e eficientes, e) eliminação da pobreza absoluta e f) segurança pública para o exercício da cidadania sem medo nem riscos.

Os candidatos a presidente da república da oposição tradicional (PSDB) e da neo-oposição (PSB) bradam aos quatro cantos que o Brasil vai muito mal: inflação alta, dívida e gastos públicos elevados, investimento baixo e benefícios sociais e salários exagerados e crescentes. Sem corrigir esses absurdos, seria impossível viabilizar o crescimento econômico sustentável do país.

Coerente com essa visão, a oposição terá que propor políticas de contenção dos gastos públicos, benefícios sociais e salários médio e mínimo. Só assim, seria possível evitar o caos das finanças públicas e, sobretudo, do sistema de previdência. Essa solução seria, também, um santo remédio contra a inflação e para restabelecer a confiança dos empresários nacionais e estrangeiros na economia brasileira.

Para a candidata à reeleição presidencial e ao terceiro governo seguido do PT, o Brasil conseguiu resultados socioeconômicos notáveis, nos últimos12 anos. O desemprego atual é de 5,3%, a inflação é 5,5% e o salário mínimo é um dos mais altos de sua história. O salário médio real é crescente, há mais de 10 anos. Esses feitos associados às políticas de inclusão social reduziram fortemente os níveis de pobreza abosoluta e incorporaram mais 30 milhões pessoas às classes médias.

Os candidatos de oposição enfrentam sérias dificuldades. As suas concepções de futuro para o Brasil são incompatíveis com as novas aspirações sociais. Ora, o povo quer muito mais do que até agora foi conseguido, em termos econômicos e de bem-estar. A retórica oposicionista tende a ser velha e conservadora. A tônica é propor sacrifícios aos trabalhadores e pessoas pobres, que têm que se resignar com melhorias lentas, em pequena proporção, e a longo prazo.

As pesquisas eleitoras estão coerentes com os clamores dos novos movimentos sociais no Brasil. Há uma clara vontade de se conquistar mais avanços e mudanças das políticas, no novo governo. Mas a população entende que isso é factível e confiável com a reeleição da atual presidente, no primeiro turno. Tem-se, assim, na essência, um não historicamente consistente à volta do conservadorismo ao poder.
 

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