A palmatória um instrumento de madeira usado pelos professores e educadores, no passado, para punir seus alunos aplicando pancadas na palma das mãos quando cometiam erros. Daí quando alguém quer criticar outros, sempre com a convicção de que é o certo e os outros é que estão errados, se diz que quer ser “a palmatória do mundo”. Via de regra são pessoas excessivamente moralistas e perfeccionistas, veem falhas em tudo. Julgam-se donos da verdade. Se acham competentes para consertar o mundo.
Por suposta superioridade moral e intelectual, costumam agir com arrogância, muitas vezes com atitudes de desprezo para com os outros. O egocentrismo é uma característica de sua personalidade. Imaginam ter as respostas certas para tudo. Não é fácil lidar com esse tipo de gente. São pessoas perigosas, detentoras de carisma e lábia e com ampla capacidade de convencimento.
Os ditadores, os absolutistas, se enquadram nesse perfil. Eles pensam ser “a palmatória do mundo”. Usufruem da condição de poder que detêm para serem impositivos na crítica e rígidos na censura.
Não existem certezas inquestionáveis. O que é certo hoje pode não ser amanhã. Portanto não existem os infalíveis, até porque cada um constrói a sua própria verdade. Então, é bom desconfiar daqueles que pretendem ser “a palmatória do mundo”. Normalmente seus interesses não são os da coletividade. Sofrem da síndrome da verdade absoluta.
Contudo todo o cuidado para que, de repente, não nos vejamos agindo da mesma forma, impondo nossas ideias e nossos conceitos como se eles fossem incontestáveis. A humildade permite grandes descobertas que a cegueira da prepotência não nos deixa enxerga-las.
. * Integra a coletânea de textos que intitulei “REFLETINDO A SABEDORIA POPULAR (ditados, expressões e provérbios)”
