Foi o bairro das Malvinas quem produziu nesta segunda-feira de culto a Tiradentes e mobilização geral para combate sistemático e uniforme aos efeitos da Dengue a cena simbólica especial sobre o sentimento que brota no imaginário coletivo da sociedade paraibana. Já havia ocorrido em Joao Pessoa também.
Em determinado momento, depois das falas do governador Cássio Cunha Lima e do prefeito de Campina Grande, Veneziano, o ambiente ficou pequeno para a estrondosa série de palmas diante de um gesto simples, mas muito emblemático, que foi o aperto de mão, o afago sincero e respeito dos dois lideres políticos em plena Serra da Borborema.
Numa hora como esta, não consigo deixar de ser óbvio ao rememorar ensinamentos de professora Nini, lá do bairro da Torre, segundo os quais a dor ensina a gemer e vai até mais além ensinando-nos a adotar a civilidade quando o drama coletivo exige superação de vaidades e conflitos partidários em momentos inadequados.
Aliás, já no inicio da manhã, outra cena também marcou o processo de mobilização contra a Dengue quando Cássio e o prefeito Ricardo Coutinho, de Joao Pessoa, deram as mãos sem falsidades para compor a cena que a sociedade há tempo exige dos nossos lideres políticos, que é tratar reivindicações coletivas distante das pelejas políticas, mesmo quando nutridoras da democracia. Tudo tem seu tempo e hora.
Ora, o exemplo de agora há séculos precisava ser aplicado com freqüência porque já não podemos nos dar ao luxo de retardar muitos dos avanços sociais simplesmente por conta de amuos ou cara feia de fulano, sicrano ou beltrano.
Por isso os gestos produzidos em João Pessoa e Campina passam a ser referência da qual a sociedade não abdica e já se antecipa contrária se houver rompimento de posturas como esta, ou seja, haverá de cobrar a permanência desse status quo porque somente unindo forças poderemos alcançar melhores estágios de vida.
Isso não pode (esperamos que não) deixar Cícero/aliados e/ou Maranhão/aliados com raiva, sentimento inadequado, ao ver alguns de seus correligionários adotando a civilidade como método de vida adequada.
Trocando em miúdos, a hora do debate duro, do enfrentamento político pra valer precisar-se-á (a turma da Torre usa muito a mesóclise) ser adotado depois de julho quando as regras da Justiça se impõem e chamam cada um a apresentar seu projeto como melhor alternativa.
Agora, não, porque a Dengue mata tanto quanto o sentimento de vindita besta em hora errada.
Pra não dizer que não falei de floresbem caberia como fundo musical para essa ópera divina.
