Câmara: causas e efeitos do Presidente Durval

Diante da nova realidade política na Câmara Municipal de João Pessoa apontando a provável eleição do vereador Durval Ferreira na presidência da Câmara, eis que uma indagação ( tamanho família) insiste em incomodar, sobretudo a seara do prefeito Ricardo Coutinho: por que o chefe do executivo é bem avaliado na sociedade e não consegue se afirmar na interlocução com os vereadores? Quem é o problema: o prefeito ou seus aliados?

Em tese, a resposta ficará a gosto do freguês, isto é, a turma de Ricardo fará uma leitura sentando a pua nos vereadores dissidentes e o grupo de Cássio/Cícero fará o oposto reproduzindo a intolerência do prefeito como fator de manutenção do problema de seu relacionamento com a Câmara.

Mas, se formos mais fundo na questão há motivos de tudo o que é lado a servir de causas desta realidade adversa de Ricardo, mas uma lhe é intransferível: o ‘modus operandi’ de tratar politicamente sua administração e o relacionamento com aliados. Nesse aspecto ainda são muitas as queixas, que não só dos vereadores.

Vejamos, objetivamente, o caso dos 4 vereadores (Durval, Nadja, Fuba e João Almeida). O que, indagaria-se, eles têm de argumento afora o bla-bla-bla de desprestigio para tomar tamanha decisão de rompimento?

Tentemos responder: Nadja é um caso insuperável de inconvivência porque freudanamente não tem jeito de conviver bem com Ricardo, uma vez que em muitos momentos quis ter o mesmo tom de comando já não na mesma intensidade e, da parte do prefeito, é visível sua falta de tolerência para a zoada e insubordinação da vereadora. Como fruto dessa questão, sofre Herbert Palitot – duas vezes demitido – daí o troco de agora.

João Almeida e sua matreirice escolada não perdoa Ricardo por ter exonerado o sogro da Seinfra, recentemente, por isso agora está retribuindo a desatenção.

Durval, em tese, não se conhece algum problema grave no relacionamento, mesmo com seu perfil ‘governista’, mas talvez agora o orgulho tenha lhe subido a cabeça porque Ricardo foi procurar apoio em todos os cantos esquecendo-se que Dudu, com 5 mandatos, poderia ser uma alternativa – mas agora não é mais.

Por fim, Fuba – autor do maior namoro muriçoqueiro da paróquia, linha de frente das ações culturais pró Ricardo Coutinho, só que ultimamente andava queixoso por todos os cantos com o centralismo do prefeito e da pouca atenção, embora RC e seus auxiliares neguem peremptoriamente lembrando até o Projeto Seis e Meia apoiado pela prefeitura.

O fato é que Fuba “encantou-se” por outra proposta, mesmo pondo em risco o questionamento ético, porque cansou de desatenção.

Mas, o novo cenário envolve outros valores políticos porque mostram a decisão da Oposição de manter-se unida preterindo até mesmo a reeleição de Paiva com disposição de ceder que, em diversos casos, Ricardo parece não disposto a isso.

Além do mais, o processo construiu um case desconfortável para o experiente Gervasio Maia pois, com o resultado, a ele será atribuído fracasso que não é só de um, de dois, ou da conjuntura governista – hábil na tática de guerrilha, da boa briga, mas ainda incapaz de saber gestar políticas de entendimentos com setores vitais a exemplo da Câmara.

Pelo sim, pelo não, ou RC se recicla nesse aspecto ou pode se transformar numa Erundina no bom sentido: ético, operoso, honesto, mas sem capacidade de dialogo permanente. Será?

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