Em 1994, a indústria cinematográfica expôs ao mundo um dos mais encantadores filmes – O CARTEIRO E O POETA – revelando o cotidiano do exílio do maiorial Pablo Neruda vivendo na Itália recebendo tantas cartas que foi preciso destacar um deles, Mário, para atender a demanda.
Seria, mal comparando a antevisão da Internet, só que o carteiro, sabido, passou a ser consumidor das cartas de Neruda até ser flagrado pelo poeta l, que lhe exigiu respeito: ” vc não pode usar minhas poesias para encantar”. Mário responde de pronto: ” a poesia não é de quem a faz, mas de quem dela precisa”. Neruda se calou.
A VERSÃO PARAIBANA
Gonzaga Rodrigues nasceu para ser poeta universal a partir da Paraíba por escolha. Nunca quis ser dono de dinheiro ou cuidar de contas como um amigo comum, Carlos Roberto Alves de Oliveira, porque nunca soube tratar de grana. Bobagem que conduziu para toda a vida.
Diferente de hoje, onde sobrevive bem com o que acumulou, Gonzaga tinha fama de boêmia, mau pagador, raparigueiro, comunista, mas na escrita sempre foi o melhor de todos. Não é fácil superar a tuberculose e a perseguição do Estado e da Direita até chegar aqui com moral e conteúdo somente dos muitos maiorais. Ele é o melhor.
UM DIÁLOGO APENAS
Nesta segunda rememorei a Gonzaga muitos amigos e histórias, mas comemoramos a galhardia dele sempre se manter firme nos propósitos de defesa da cidadania, da redução das desigualdades e, sobretudo, defender um País social decente para todos.
Gonzaga Rodrigues, como eu, taxados de comunistas, é apenas um Poeta atemporal expondo as necessidades sociais do país para que pobres , como ele e eu, possamos ter moral de defender oportunidade para todos.
Valeu, mestre Gonzaga, maior de todos nós.
