Agressor afirma que jornalista o assediava ‘telepaticamente’

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O ataque desta segunda-feira contra uma jornalista da emissora de rádio Ekho Moskvy (“Eco de Moscou”, em português) foi “um caso de loucura” e não é possível interpretar o incidente de outra maneira, assinalou nesta terça-feira (24) o governo da Rússia, contrariando as versões que mencionam possíveis motivações políticas.

“Tentar descrever este acontecimento trágico, e que realmente está ligado a um caso de loucura, como relacionado com outros assuntos é ilógico e, no nosso ponto de vista, provavelmente equivocado”, disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Tatiana Felgenhauer, vice-diretora da emissora “Eco de Moscou”, considerado um dos poucos meios de comunicação independentes na Rússia, foi atacada na redação por um homem que lhe desferiu uma facada no pescoço e que foi detido posteriormente.

A jornalista, de 32 anos, foi transferida para um hospital, onde passou por cirurgia e está em coma induzido. No entanto, apesar da gravidade do ferimento, fontes médicas disseram que sua vida não corria perigo.

O agressor, identificado como Boris Grits, um cidadão de Israel de 49 anos, foi neutralizado pelos guardas de segurança e entregue à polícia.

Prisão preventiva

Na audiência realizada nesta terça em um tribunal de Moscou, o agressor foi acusado de “tentativa de assassinato” e submetido à prisão preventiva por um período de dois meses.

Em seu depoimento, Grits reconheceu que tinha infligido ferimentos corporais à jornalista, mas negou que tivesse intenção de matá-la.

Após sua detenção, o agressor ofereceu uma explicação estranha sobre as suas motivações, ao alegar que se sentia “assediado sexualmente” pela vítima “através de um contato telepático”.

“Utilizando a conexão telepática, ela (Felgenhauer) me mortificava sexualmente”, disse Grits no primeiro interrogatório. “Nunca a conheci de verdade, mas a vi e senti. Não consegui tirá-la da minha cabeça”, acrescentou o agressor.

Fontes policiais opinaram em um primeiro momento que o ataque poderia ter sido causado por “motivos pessoais” e que a vítima talvez conhecesse o agressor. Também foi cogitada a possibilidade de motivação política contra um veículo de comunicação independente.
 

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