Lista de pagamento de propina tem 23 deputados

Imagem Substituída

O ex-chefe de gabinete Sílvio Cézar Corrêa de Araújo, que atuou no governo do estado durante a gestão do ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), anexou, na delação feita à Procuradoria-Geral da República (PGR), planilhas de pagamento de propina a pelo menos 23 deputados estaduais ao longo dos anos de 2012 e 2013, a fim de garantir apoio aos interesses do Executivo.

Sílvio Cézar, assim como Silval Barbosa, firmou acordo de delação premiada em que assume a participação em esquemas durante o governo estadual. O acordo dele também foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com Sílvio, o ex-governador lhe informou que havia feito um acordo com os deputados estaduais daquela gestão para pagamento de R$ 600 mil a cada um deles, em 12 parcelas de R$ 50 mil, para que eles viabilizassem as obras do programa MT Integrado. À época, o programa era divulgado pelo governo como o maior programa de infraestrutura do estado, com a aplicação de R$ 1,5 bilhão para a pavimentação de 2 mil km de estradas estaduais.

Na delação, Sílvio diz que os valores para o pagamento dos parlamentares eram provenientes de propinas pagas por empreiteiras a um amigo pessoal e secretário-adjunto de Infraestrutura (Sinfra), Valdísio Viriato. Segundo ele, às vezes, por não ter o dinheiro todo nas mãos, chegava a fazer mais de um pagamento por mês, para cumprir com a quantia acordada.

Conforme o delator, a maior parte dos pagamentos foi feita em dinheiro, mas também em cheques. Em algumas ocasiões, os deputados buscavam o dinheiro no gabinete dele, no Palácio Paiaguás, ou ele levava o dinheiro até à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), para fazer a entrega em mãos.

Nas planilhas de controle de pagamento aos deputados daquela época, apresentadas por Sílvio, aparecem os seguintes nomes: Pedro Satélite (PSD), Airton Português (PSD), Dilmar Dal’Bosco (DEM), Ezequiel Fonseca (PP), Emanuel Pinheiro (PMDB), Hermínio J. Barreto (PR), Wagner Ramos (PSB), João Malheiros (PR), José Domingos (PSD), José Riva (à época, do PSD), Baiano Filho (PSDB), Mauro Savi (PSB), Romoaldo Júnior (PMDB), Walter Rabelo (PSD), Alexandre César (PT), Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), Luiz Marinho Botelho (PTB), Carlos Antônio Azambuja (PP), Sebastião Rezende (PP), Luciane Bezerra (PSB), Teté Bezerra (PMDB), Ademir Brunetto (PT) e Gilmar Fabris (PSD).

Segundo o ex-chefe de gabinete, o deputado estadual Zeca Viana (PDT) não recebeu os pagamentos do MT Integrado porque o nome dele não constava na lista elaborada pelo então líder do governo na Assembleia, deputado Romoaldo Júnior. No entanto, ele teria chegado a questionar Sílvio se não iria ser incluído na lista.

Ele afirmou, ainda, que o deputado Guilherme Maluf (PSDB) não recebia dinheiro dele porque tinha outro acerto com o ex-governador e que o deputado Nininho teria recebido apenas duas parcelas do MT Integrado porque o restante teria sido pago por meio de acerto de contas com o secretário-adjunto da Sinfra.

 

Mais Posts

Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?
Controle sua privacidade
Nosso site utiliza cookies para melhorar a navegação. Política de PrivacidadeTermos de Uso
Ir para o conteúdo