Política

‘Não houve um alinhamento com o presidente’, diz Teich sobre saída do Ministério da Saúde

Em entrevista, ex-ministro afirmou que não anteciparia a decisão de liberar cloroquina a pacientes leves de Covid-19.


25/05/2020

Nelson Teich em entrevsta à GloboNews (Reprodução)

Por G1

O ex-ministro da Saúde Nelson Teich disse, em entrevista exclusiva à GloboNews neste domingo (24), que sua saída do cargo menos de um mês depois de ter assumido a pasta ocorreu por causa de um “desalinhamento” com o presidente Jair Bolsonaro e que a antecipação do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em pacientes leves de Covid-19 pesou em sua decisão.

Os remédios são defendidos por Bolsonaro, mas não têm comprovação de eficácia no combate à doença.

“Não houve um alinhamento com o presidente, e é ele que define, ele é o chefe da nação. Ele me colocou ali. Se por um algum motivo não existe um alinhamento, eu tenho que sair, porque ele é o presidente. Ele que foi eleito, ele coloca isso, ele que define tudo. E é justo, a posição dele é esta. Ele tem direito de fazer isso”, afirmou o ex-ministro.

“O que a gente tem que entender é o seguinte: desalinhamento não significa conflito, porque a gente mistura as coisas. Desalinhamento é: você tem uma linha de pensamento. Então, por exemplo, em relação a remédio. Eu não anteciparia a decisão (de liberar o uso de cloroquina em pacientes leves de Covid-19). Eu esperaria o laudo, o resultado clínico do estudo randomizado. Ele achou que era melhor antecipar, é uma escolha. Só que como a posição é distinta, eu tenho que sair.”

Veja a seguir os principais trechos da entrevista:

‘Não houve alinhamento com o presidente, disse Teich sobre o motivo de sua saída.

‘Decisão de antecipar uso da cloroquina teve peso’, disse Teich.

‘Ter divergência não é ter conflito, por isso que a saída foi confortável’, diz Teich.

‘Jamais me arrependi de ter aceitado ser ministro da Saúde’, diz Teich.

‘Decisão de flexibilizar isolamento é das cidades’, diz Teich

‘Ter divergência não é ter conflito, por isso que a saída foi confortável’, diz Teich.

‘Enquanto estive no ministério, compaixão era a palavra-chave’, disse Teich.

‘Não se pode ter pré-julgamento porque ele (Eduardo Pazuello) é militar’, conclui.



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