Cinema

Mostra “A América por John Ford” relembra clássicos do faroeste

Mostra


02/09/2014



  Estão abertas as inscrições para a Mostra "A América por John Ford", que o CINESESC realizará no período de 22 a 30 de setembro de 2014 (ver formulário em anexo), nos horários 16h e 19h, com entrada franqueada ao público interessado, sendo que no turno noturno acontecerão "roda de conversa" mobilizando o público cinéfilo e os críticos especializados Audaci Junior e Renato Félix.

FAROESTE: STATUS DE GÊNERO HISTÓRICO

De acordo com a crítica especializada, o gênero denominado faroeste adquiriu um status positivo devido as produções do diretor Jonh Ford no decorrer da história do cinema. Isso se justifica se considerarmos seu currículo com nada menos de 133 filmes ao longo da carreira. A sua facilidade de trabalhar com os atores, fazendo-os improvisar e realizando poucas tomadas de cenas, era, na verdade, uma firmação da sua capacidade produtiva. Entre os atores que trabalharam com Ford, pode-se citar as presenças marcantes de James Stewart, Henry Fonda, Will Rogers, John Carradine, Maureen O’Hara, George O’Brien, Ward Bond, Harry Carey Jr., Victor McLaglen, e o seu ator-ícone e xará John Wayne.

A mostra trata-se de uma iniciativa do DN – Departamento Nacional do SESC com o objetivo de propagar a arte de John Ford. Composta por sete obras, esforça-se em apresentá-lo como um diretor capaz de filmes com temáticas diversas, mas alicerçadas na história norte-americana. Médico e amante (1931) é um bom exemplo de um típico drama; Vinhas da Ira (1940), de um drama social; O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões (1936), de uma aventura dramática, Juiz Priest (1934), de uma comédia de costumes; e A Mocidade de Licoln (1940), de um drama político. O faroeste completa a mostra com dois clássicos indubitáveis: No Tempo das Diligências (1939) e Rastros de ódio (1956).

O trabalho de John Ford no cinema pode merecer tratamento de gênio devido a clareza a clareza de opiniões sobre o homem, a história e a sociedade norte-americana. Ford jamais intencionou manter uma postura socialmente crítica, mas sempre foi profundamente dedicado à humanidade das pessoas, independentemente de sua posição social (um presidente, um pistoleiro ou um prostituta), desde que a posição desses personagens ratificasse a ética valorativa dos pioneiros, daqueles que enfrentaram as adversidades para construir uma nova ordem social.

A mostra que será exibida ao público pessoense está distribuída da seguinte forma:

22/09
Filme: O Médico e o Amante

Duração: 98 min.
Sessões: às 16h e 19h
Sinopse: Um médico é enviado para investigar um surto de peste em Dakota do Sul nos EUA, tendo que decidir as prioridades para o uso de uma vacina rara. Neste período ele se apaixona por uma rica dama interpretada por Helen Hayes.
Filme sensível e emocionante de John Ford, indicado a Melhor Direção de Arte no Oscar de 1931 e adaptado da novela do escritor e vencedor do Nobel de Literatura, Sinclair Lewis.
Roda de conversa após a última sessão com os críticos de cinema Renato Félix e Audaci Junior.

23/09
Filme: Juiz Priest

Duração: 80 min.
Sessões: às 16h e 19h
Sinopse: Este filme cheio de talento e graça é uma bela visão sobre vida, onde o grande mestre Ford já manifesta toda sua genialidade. A seqüência inicial é deliciosa: o promotor – um sujeito rico, despótico – tenta condenar um negro que teria roubado galinhas. O negro diz ao Juiz Priest que não roubou, que naquela hora estava pescando – e o juiz pergunta pescando o que, com que tipo de isca. Dali a pouco, estão indo os dois, juiz e ex-réu, pescar. Para Ford, neste filme, rico é imbecil e pobre é bom. Chega a ser maniqueísta, e ele dá diversos exemplos disso no desenrolar da trama. No final, há uma exaltação ao Sul vencido, contra o Norte vencedor da Guerra da Secessão; Ford toma o partido dos derrotados, sem qualquer vergonha. O próprio Ford realizou o seu remake em 1953, com o título The Sun Shines Bright/ O Sol Brilha na Imensidão. Uma pérola rara na sua filmografia.
Roda de conversa após a última sessão com os críticos de cinema Renato Félix e Audaci Junior.

24/09
Filme: O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões

Duração: 96 min.
Sessões: 16h às 19h
Sinopse: A história do Dr. Samuel Mudd, o médico que foi preso, acusado de conspiração, apenas por haver tratado do assassino do Presidente Lincoln. Em 1865, poucas horas depois do assassinato do Presidente Lincoln, o doutor Mudd ajuda John Wilkes, um pobre homem que se apresenta com a perna quebrada. Porém, John Wilkes é o assassino que quebrou a perna enquanto fugia após o crime. Preso e acusado de cumplicidade, o doutor Mudd é condenado à prisão perpétua na terrível Prisão de Shark Island, onde sofreria maus tratos e o ódio dos guardas, especialmente do sádico sargento Rankin. Filme de grande valor histórico, pois o mestre John Ford, guiou-se pelos fatos históricos. Obra-prima inédita no mercado da América Latina, e muito pouco divulgada nos EUA, por motivos políticos até hoje. Indispensável aos que gostam de história, arte e bom cinema.
Roda de conversa após a última sessão com os críticos de cinema Renato Félix e Audaci Junior.

25/09
Filme: A Mocidade de Lincoln

Duração: 100 min.
Sessões: 16h às 19h
Sinopse: O primeiro caso no tribunal de Abraham Lincoln onde precisa defender dois irmãos que são acusados de terem linchado um homem. Dirigido por John Ford e com Henry Fonda e Alice Brady no elenco. Recebeu uma indicação ao Oscar. Nova Salem, lllionis, 1832. Uma família que está viajando em uma carroça necessita de mantimentos da loja de Abraham Lincoln e a única coisa de valor que eles têm para trocar é um livro sobre Direito. Abraham fala sobre suas ambições com Ann, uma jovem mulher que logo morre. Ele se muda para Springfield, a nova capital do estado, e em 1937, juntamente com o amigo John T. Stuart, abre um escritório de advocacia. Lincoln conhece Mary Todd, uma mulher do Kentucky que, ao contrário de Lincoln, era rica. É focado o primeiro caso de Lincoln, no qual primeiramente impede que Matt Clay e Adam Clay sejam linchados por terem assassinado Scrub White. Ambos os irmãos se declaram culpados, como se um protegesse o outro. Abigail Clay, a única pessoa que poderia testemunhar, é a mãe dos acusados e se recusa a dizer algo, pois o testemunho dela salvaria um dos filhos, mas automaticamente condenaria o outro à forca.
Roda de conversa após a última sessão com os críticos de cinema Renato Félix e Audaci Junior.

26/09
Filme: No Tempo das Diligências

Duração: 97 min.
Sessões: 16h às 19h
Sinopse: Sob a sombra do célebre Monument Valley um Utah, o diretor Jhon Ford e o astro John Wayne fizeram um dos maiores clássicos do Western americano. Atravessando o Arizona numa diligência numa diligência, um grupo se envolve em diversas lutas e aventuras, inclusive enfrentando índios guerreiros. Além da indicação para o Oscar de melhor filme, Stagecoach, recebeu os oscares de melhor ator (para Thomas Mitchell) e trilha sonora.
Roda de conversa após a última sessão com os críticos de cinema Renato Félix e Audaci Junior.

29/09
Filme: Vinhas da Ira

Duração: 129 min.
Sessões: 16h às 19h
Sinopse: Oklahoma, na época da Depressão. O filho mais velho de uma família de trabalhadores rurais pobres retorna casa, após cumprir pena por homicídio involuntário. Ele planeja levar em um pequeno caminhão a família até a Califórnia, onde se diz que trabalho lá não falta. Durante a viagem eles passam por diversos tipos de provações e quando chegam na Terra Prometida, e descobrem que o lugar é bem pior do que tinham deixado. O melhor filme de Jonh Ford. Aqui ele retrata de forma realista e corajosa, o drama vivido pelos pequenos agricultores vítimas da ganância dos bancos durante a depressão nos EUA. John Ford sempre dizia ser um cineasta que fazia westerns, mas o seu melhor filme, Vinhas da Ira, sem dúvida sua melhor obra prima. Indispensável.
Roda de conversa após a última sessão com os críticos de cinema Renato Félix e Audaci Junior.

30/09
Filme: O Homem que Matou o Facínora

Duração: 119 min.
Sessões: 16h às 19h
Sinopse: Em 1910, o Senador Ransom Stoddard e sua esposa Hallie chegam numa pequena cidade para o funeral de Tom Doniphon (JWayne). Entrevistado por um repórter, Stoddard conta a história de quando era advogado na cidade e desejava deter o terrível pistoleiro Liberty Valance por meio da lei. Doniphon, um respeitado caubói, insistia na validade da lei do revólver. Além das diferenças de estilo, Doniphon e Stoddard compartilhavam o interesse pela mesma mulher ( Hallie, na época uma garçonete da saloon), além da mesma vontade de acabar com a tirania. Obra prima absoluta.
Roda de conversa após a última sessão com os críticos de cinema Renato Félix e Audaci Junior.

Maiores informações podem ser obtidas no Setor de Cultura do SESC Centro João Pessoa que fica localizado na Rua Desembargador Souto Maior, 281, Centro – João Pessoa. Fones: 83 – 32083158 / 99960183.



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