Política

Ministro Gonçalves Dias pede afastamento do GSI até fim das investigações; convocação para esclarecimentos foi remarcada

Pedido foi feito após reunião de Dias com Lula e outros ministros no Palácio do Planalto. Imagens mostram atuação do ministro durante atos golpistas de 8 de janeiro.


19/04/2023

WSCOM com g1/247

O general Gonçalves Dias pediu nesta quarta-feira (19) demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. O pedido ocorre após vídeo mostrando o ministro no Palácio do Planalto durante invasões golpistas de 8 de janeiro.

O pedido foi feito após reunião com Lula e chefes de outras pastas, no Palácio do Planalto.

A atuação do GSI durante os atos de 8 de janeiro, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, é alvo de críticas.

A presença e a atuação de Dias no Palácio do Planalto, sede do Executivo, no dia dos atos foi divulgada em vídeo pela CNN Brasil. As imagens mostram o ministro e funcionários do GSI circulando entre os invasores no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

Um dos funcionários do GSI conversa com invasores e os cumprimenta. Outro trecho mostra servidores do órgão entregando água aos vândalos.

Em nota, o GSI afirmou que as imagens mostram a “atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto”.

 

Nova convocação

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou a convocação do General Gonçalves Dias, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para prestar esclarecimentos sobre a ação do órgão durante os ataques de 8 de janeiro.

Tanto a oposição quanto a base do governo Lula aprovaram a medida, que obriga o ministro a comparecer a uma sessão marcada para a próxima quarta-feira, dia 26. Representando a base do governo na comissão, o Deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) defendeu a ação para “prestigiar” o compromisso que havia sido firmado entre Gonçalves Dias e a Câmara.

O General havia sido convidado para falar em uma sessão marcada para as 14 horas desta quarta-feira. No entanto, trinta minutos antes, o GSI enviou um atestado médico à presidência da comissão, relatando que ele não teria condições de saúde para comparecer.

O documento, assinado pelo médico João Luiz Silveira, indica que o Ministro sofreu um “quadro clínico agudo e com necessidade de medicação e observação, devendo ter ausência em compromisso justificadas por motivo de saúda na presente data”.

De acordo com o regime de convocação, o ministro convocado fica sujeito a ser processado por crime de responsabilidade caso não compareça à Câmara. O artigo 50 da Constituição afirma que “A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada”.



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