Internacional

Milhões de iranianos se despedem do general Soleimani

O assassinato do general Qasem Soleimani uniu o povo iraniano contra a presença dos Estados Unidos no Oriente Médio; fotos impressionantes revelam que milhões de pessoas fizeram questão de se despedir do general que combatia o Estado Islâmico no Iraque; antes de receber homenagens em Teerã, ele já havia sido homenageado também no Iraque, em Bagdá


05/01/2020



Milhões de iranianos estão nas ruas neste domingo 5 em homenagem ao general Qassem Soleimani, assassinado por ordem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um ataque a míssil na noite de quinta-feira 2 nos arredores do aeroporto de Bagdá.

Vindo do Iraque, o corpo chegou ao Irã antes do amanhecer deste domingo. O cortejo começou por volta de 8h desta manhã (horário local). O funeral terá duração de 4 dias. Ainda hoje, o corpo deverá chegar à capital, Teerã. O enterro será na cidade natal de Soleimani, Kerman, na terça-feira 7.

O assassinato de Soleimani uniu o povo iraniano contra a presença dos Estados Unidos no Oriente Médio. As imagens da cerimônia revelam que milhões de pessoas fizeram questão de ir às ruas se despedir do general que combatia o Estado Islâmico no Iraque. Antes de receber homenagens em cidades do Irã, ele já havia sido homenageado também no Iraque.

Irã classifica Trump como “terrorista de terno” após ameaça de ataque

Por Parisa Hafezi – Dubai (Reuters) – O Irã classificou neste domingo o presidente norte-americano, Donald Trump, como um “terrorista de terno”, após o republicano ter ameaçado atingir 52 alvos no Irã caso Teerã ataque cidadãos ou ativos dos Estados Unidos em retaliação à morte do comandante militar Qassem Soleimani.

Em meio à guerra de palavras entre os dois lados, a União Europeia, o Reino Unido e o Omã pediram para que os envolvidos diminuam o tom.

Soleimani, então comandante militar do Irã, foi morto na sexta-feira por um drone norte-americano enquanto estava em um comboio no aeroporto de Bagdá. O ataque elevou as longas hostilidades entre Teerã e Washington e aumentou o temor de conflito no Oriente Médio.

Milhares de pessoas, muitas gritando contra os EUA e batendo no peito, protestaram no Irã depois de o corpo de Soleimani ter chegado ao país com ares de herói nacional.

“Como o Estado Islâmico, como Hitler, como Genghis! Eles todos odeiam as culturas. Trump é um terrorista de terno. Ele aprenderá em breve que NINGUÉM pode derrotar a ‘grande nação e cultura iranianas”, disse pelo Twitter o ministro da Informação e das Telecomunicações, Mohammad Javad Azari-Jahromi.

Soleimani era o arquiteto por trás das operações militares e inteligência no exterior da Força Quds, da Guarda Revolucionária do Ira. O líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma dura vingança pela sua morte.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que se o Irã atacar alvos norte-americanos Washington responderá com ataques contra as pessoas que orquestraram tais atos.

Trump postou no Twitter que o Irã “está muito agressivo na retórica sobre atingir alguns ativos dos EUA” e que os EUA têm “52 alvos no Irã, alguns de valor e importância muito grandes para o Irã e a cultura iraniana, e que esses alvos, e o próprio Irã, SERÃO ATINGIDOS MUITO RÁPIDO E MUITO FORTEMENTE”.

Os 52 alvos representariam os 52 reféns norte-americanos que foram capturados pelo Irã na Embaixada dos EUA durante a Revolução Islâmica de 1979, de acordo com Trump.

O Irã convocou neste domingo o embaixador suíço, representante dos EUA em Teerã, para protestar contra os “comentários hostis de Trump”, segundo a TV estatal do Irã.

As tensões entre as nações aumentaram após os EUA saírem do acordo nuclear com o país em 2018 e restaurarem sanções econômicas sobre o país. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Abbas Mousavi, disse que o país avaliará neste domingo sobre seu compromisso futuro com o acordo.

O chefe do Exército iraniano, major-general Abdolrahim Mousavi, disse à TV estatal neste domingo que os EUA não têm coragem para entrar em um conflito armado com o Irã.



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