Automobilismo

Massa ansioso para acelerar pela 1ª vez no RJ: ‘Realização de um sonho’

Sonho


10/03/2013



 Antes de embarcar para a Austrália para a abertura da temporada 2013 da Fórmula 1, Felipe Massa vai acelerar sua Ferrari nas ruas do Rio de Janeiro. Neste domingo, o brasileiro fará uma exibição gratuita em um circuito de rua montado no Aterro do Flamengo. O traçado de 2,8km vai do Monumento dos Pracinhas até o fim da praia do Flamengo. Ao fundo, um cartão postal: Marina da Glória, Baía de Guanabara e Pão de Açúcar. A TV Globo exibe ao vivo no Esporte Espetacular, a partir das 11h.

O paulista de 31 anos, que desfilará com o modelo F10 – usado na temporada 2010 – por cerca de 30 minutos, não esconde a ansiedade de pilotar um F-1 na Cidade Maravilhosa pela primeira vez:

– Sem dúvida é a realização de um sonho ter a chance de guiar minha Ferrari nas ruas do RJ, que é a Cidade Maravilhosa. Não tem empolgação maior que guiar com o mesmo carro das pistas em seu país, nas ruas, com o público curtindo junto, fazendo barulho. É uma emoção muito grande, e não tinha lugar melhor que o Rio para fazer um evento tão bacana quanto esse. Nunca vou esquecer. Quem não estiver assistindo na rua, vai estar assistindo em casa. Estou muito, muito empolgado – contou Massa, em entrevista coletiva neste sábado.

A animação de Felipe Massa em acelerar no Rio de Janeiro tem motivo. Desde 2002 na Fórmula 1, o piloto nunca teve a oportunidade de competir na cidade, que sediou dez GPs entre 1978 e 1989. E com o fim do Autódromo de Jacarepaguá (demolido para dar lugar ao Parque Olímpico dos jogos de 2016) e o atraso nas obras do circuito prometido para Deodoro, esta poderá ser uma chance única para o piloto, que fez questão de lamentar o fim da tradicional pista carioca.

– Estou muito triste com o que aconteceu com autódromo do Rio. Era um dos mais importantes do meio da F-1, uma das pistas mais bacanas. Nunca tive a chance de correr no Rio, mas sei que foi uma pista muito importante. Ver o que aconteceu é muito triste. Espero que esse evento sirva para que as pessoas que comandam o automobilismo no país enxerguem que o que aconteceu foi uma besteira e espero que a gente consiga construir um outro autodrómo na cidade – declarou.

Douglas Costa, Diretor de Mercado do patrocinador que promove o evento deste fim de semana, aproveitou o depoimento de Massa para oferecer apoio à prefeitura do Rio para a construção de um novo circuito.
Único brasileiro na F-1 em 2013, Massa lamenta ‘solidão’ e faz alerta

Em 2013, com a ausência de Bruno Senna e a saída de Luiz Razia, Massa será o único brasileiro na Fórmula 1. A última vez que o país contou apenas com um representante foi em 1971, com o bicampeão Emerson Fittipaldi. O paulista lamenta a "solidão" que sentirá no paddock.

– Desde que entrei na F-1, sempre estive acompanhado de brasileiros como o Rubinho, além de outros que entraram, mas não conseguiram continuar, como o (Lucas) Di Grassi, o Bruno e o (Antonio) Pizzonia. E agora quase que o Razia teve a chance de entrar também. Você fica um pouco mais sozinho, né? Até porque os brasileiros são muito grudados nos fins de semana de corridas. Tenho uma boa relação com os outros pilotos, mas o Brasil fica um pouco mais fechado. Espero levantar a bandeira do país o máximo possível e fazer isso melhorar, crescer.

Massa aproveitou para fazer um alerta às autoridades sobre a situação do esporte a motor no país e ressaltou a pouca quantidade de representantes do país disputando e vencendo categorias internacionais.

– O automobilismo brasileiro tem sofrido muito. Tentei ajudar criando uma categoria (a extinta Fórmula Futuro), uma das mais baratas do mundo, mas não funcionou. Não teve pilotos suficiente, mas não deu certo nem pelos pilotos, era pelos autódromos, outras coisas. A mentalidade tem que mudar. Na época que fui correr na Fórmula Renault, cada categoria tinha um brasileiro disputando o campeonato e o título. Hoje em dia é difícil até ver um brasileiro. Espero que isso melhore.

Inglaterra e França como exemplos para automobilismo brasileiro

Tradicional celeiro de pilotos, o Brasil viu em 2012 apenas o carioca Nicolas Costa ser campeão no continente europeu, na Fórmula Abarth. Para Massa, um dos principais motivos do baixo número de representantes do país no caminho da F-1 é a falta de apoio da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Ele destacou exemplos de sucesso da Europa como caminho para melhorar a situação no país.
– A CBA tem muito o que fazer a mais para ajudar. Na Inglaterra e na França, a federação ajuda os pilotos, os patrocina para correr nas primeiras categorias e ajuda a buscar patrocínio para correr na GP2. Isso eu nunca vi no Brasil – ressaltou, citando o exemplo de dois dos países com mais representantes no grid da F-1 atual.

Após a exibição neste domingo, Felipe Massa segue para a Austrália, onde será disputada a primeira etapa da temporada 2013. Os treinos livres começam a partir de quinta-feira e contam com transmissão do SporTV. A TV Globo transmite a corrida às 3h da madrugada de domingo e também exibe o treino classificatório, no mesmo horário, no sábado.



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