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Mamma Jazz faz prévia de aniversário de 15 anos na Estação Cabo Branco

Estação Cabo Branco


17/12/2015



O grupo de cultura musical afro-brasileira Mamma Jazz comemora neste mês de dezembro 15 anos de atividade artística em João Pessoa. Para comemorar a data, o grupo fará uma prévia deste aniversário nesta quinta-feira (17), às 18h, no anfiteatro da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no altiplano.

A entrada é aberta ao público e o show contará com a participação especial do “Maracatu Nação Pé de Elefante” e do rapper Cassiano Pedra. O líder do grupo e fundador, Guilherme Semmedo, comentou que o repertório do show vai ter música brasileira misturada com ritmos africanos e caribenhos, além de composições autorais, em sua maioria.

A musicalidade banda vem dos aspectos vividos e trazidos por Guilherme Semmedo no seu país de origem, a Guiné Bissau, que hoje é uma república da África Ocidental que faz fronteira com o Senegal ao norte, Guiné ao sul e leste com o oceano atlântico. Guiné-Bissau fazia parte do Reino de Gabu, bem como parte do Império no século XIX, a região foi colonizada e passou a ser referida Guiné Portuguesa. Foi a primeira colônia portuguesa no continente africano a ter a independência reconhecida por Portugal.

“Trouxe da África diferentes aspectos sociais e culturais do tempo de infância e adolescência e misturei a cultura nordestina, a música brasileira e ao jazz africano”, contou Semmedo. Atualmente, o grupo, que é formado por Débora Vieira, Erica Maria, Elaine Cristina (vocal), Jorge Negão (baixo), Enndy Semmedo (percussão), Sostemar Matias (guitarra), Beto Júnior (teclado) e Stanley Medeiros (violão) fazem do jazz em seu som uma linha de conexão direta com o público.

“O jazz é de origem africana e não americana, como muitos pensam. Então quando crio músicas e faço alterações nos tons que fazem com as letras se conectem com o público e passem para eles emoções e pensamentos”, explicou o vocalista e fundador da banda, Guilherme Semmedo.

História do Mama Jazz – A ideia do grupo surgiu de um convite do músico paraibano Pedro Osmar juntamente com Adeildo Vieira, Glaúcia Lima, Jorge Negão, Euclides Aguiar e Sostemar Matias que realizaram os primeiros acordes e ensaios na garagem da casa dos músicos. O primeiro ensaio foi em 2000. No início eram apenas músicas experimentais, mas logo se tornou profissional e começou a atuar no cenário paraibano.

O primeiro show, segundo Semmedo, aconteceu a convite de Dario Junior no Espaço Cultural, em Tambauzinho, e proporcionou a banda um grande reconhecimento e a realização de um circuito nordeste por algumas cidades interioranas.

O Mamma Jazz foi muito bem acolhido pelos músicos locais e que se tornaram grande parceiros, a exemplo de Dea Limeira, Socorro Fernandes, Gui Raiz, Thiago Lima, Adriano Salustiano, Sara Sousa de Carvalho, Tribo Éthnos, Lau Siqueira e outros.

Sobre Guilherme Semmedo – Vindo de Guiné Bissau, Guilherme Semmedo, chegou a nossa cidade através da ajuda de seu pai e de uma bolsa de estudos adquirida, por meio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

“Quando cheguei à Paraíba eu achava que não teria espaço para mim, mas dai me encantei com esse lugar maravilhoso e as oportunidades surgiram naturalmente”, comentou Guilherme Semmedo que aprendeu a tocar primeiro piano aos 12 anos de idade e com o passar do tempo foi adotou uma nova companheira, a guitarra que o acompanha em todos os shows.

Na sua carreira de artista plástico, o vocalista realizou alguns trabalhos em um curso realizado em Portugal. “Eu já pintava na África, mas de forma muito primitiva”, contou. Com a sua vinda a UFPB, Guilherme se formou em arquitetura e promoveu alguns trabalhos no ramo. Um deles foi à exposição “Nada Peixe Nada”, no ano passado aconteceu na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano.

Outras atrações animam o show do Mamma Jazz

Maracatu Pé de Elefante – Na mesma noite, o público vai poder conferir também o show do grupo ‘Maracatu Nação Pé de Elefante, que trará junto com o Mamma Jazz um pouco do repertório Afro-indígena. Segundo o fundador do grupo, Fernando Trajano, o projeto Maracatu Nação Pé de Elefante tem sete anos de estrada e trabalha o caráter sócio-cultural com a população carente. “O povo é carente de cultura, mas sempre estamos tentamos demonstra pra eles que a cultura é uma forma de expressão boa”, ressaltou Fernando.

Atualmente, com 30 pessoas, o grupo atua no cenário paraibano independente. O objetivo principal é levar um pouco do Maracatu, que é um ritmo musical, dança e ritual de sincretismo religioso cristão com as crenças africanas com origem no estado de Pernambuco. Sua principal influência é Baque virado (Maracatu Nação) que surgiu nos quilombos africanos e migrou para as cidades pernambucanas.

Cassiano Pedra – Para fechar a noite, o público poderá conferir o show do rapper Cassiano Pedra. Na apresentação, o rapper terá a participação especial dos Dj’s Adriano, Mauro e Gutembergue e cantará algumas composições autorais do seu primeiro CD intitulado “Resgate”.

“Eu tento ter uma visão geral da sociedade. As pessoas percebem isso através das minhas composições que sempre remetem a aspectos sociais e fazem uma análise da periferia e seus problemas”, disse o rapper Cassiano Pedra.

Com 23 anos de carreira, Cassiano Pedra início sua trajetória influenciado por Vante Vais da Tribo Ethnos, localizada na capital. Após sua primeira aparição no Espaço Cultural José Lins do Rego o cantor criou afinidade com a musicalidade do hip hop e lançou o seu primeiro com 14 faixas batizado de “Resgate”.



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