Brasil & Mundo

Lançada campanha para incentivar denúncias de tráfico de pessoas

Campanha


13/05/2013



 Relatórios do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) mostram que há mais de 2 milhões de vítimas traficadas no mundo. No Brasil, entre 2005 e 2011, foram investigadas 514 denúncias desse crime, sendo a maior parte (344) dos inquéritos relacionada ao trabalho escravo. Mas foram presos apenas 158 dos envolvidos. Para combater o crime e aumentar o número de denúncias, o Ministério da Justiça e o Unodc lançaram hoje, em Brasília, a campanha Coração Azul.

Com o slogan "Liberdade não se compra. Dignidade não se vende. Denuncie o tráfico de pessoas", a campanha terá divulgação por meio de hotsite e uma página na rede social Facebook. Também serão distribuídos panfletos e cartazes nos núcleos e postos da rede de enfrentamento ao tráfico de pessoas em todo o país. Para ajudar na divulgação, foi escolhida como embaixadora da campanha no Brasil, a cantora Ivete Sangalo, que vai estrelar anúncios na televisão. "É inadmissível nos tempos atuais ainda ocorrerem movimentos tão radicais e desumanos como a escravidão e o tráfico de pessoas", disse ela.

Para o procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, que participou da cerimônia, o Ministério Público do Trabalho (MPT ) tem muito orgulho de ser uma das instituições responsáveis pelo enfrentamento ao tráfico de pessoas. “É fundamental que tenha ampla divulgação que pessoas não possam ser traficadas, seja para trabalho escravo, sexual, contrabando de órgãos e outra situações. Por isso, é fundamental a participação de todos para erradicar esse crime”.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, destacou que não há nada mais odioso do que fazer com que pessoas sejam violentadas e percam sua dignidade. "Vítimas não falam porque têm vergonha ou medo. Parentes têm vergonha ou medo, e a autoridade não consegue ir atrás. Crime não denunciado é crime oculto. E crime oculto é crime não punido", afirmou Cardozo acrescentando que ou a sociedade se une para enfrentar essa questão ou deixe as quadrilhas agirem.

O diretor executivo do Unodc, Yury Fedotov, lembrou que o tráfico de pessoas explora mulheres, crianças e homens e que as vítimas são submetidas a trabalho forçado, à exploração sexual e têm órgãos roubados. Ele estima que na Europa o tráfico de pessoas movimente 2,5 bilhões de euros anualmente. "Trata-se de um crime hediondo, que não tem fronteiras. Nenhum país está livre desse crime".

As denúncias poderão ser feitas pelos serviços Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos e o Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Também podem ser encaminhadas à Polícia Federal e a rede de enfrentamento ao tráfico de pessoas nos postos estaduais e municipais.



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