Futebol

Infantino diz que Fifa estuda reduzir tempo das partidas de futebol para evitar ‘cera’

Ao 'Estadão', presidente da entidade admite que estão sendo realizados testes com a International Board em que a minutagem do jogo seja contada apenas em momentos de bola rolando, passando de 90 para 60 minutos


01/07/2022

Gianni Infantino, presidente da Fifa, admite que entidade estuda diminuir tempo de jogo (Foto: Geoff Caddick/AFP)

Estadão

Durante a Assembleia-Geral da International Football Association Board (IFAB,sigla em inglês), em Doha, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, comentou com o Estadão sobre uma medida que ainda não acontecerá na próxima Copa do Mundo, mas que poderá alterar radicalmente as regras do futebol. Trata-se da redução do tempo de uma partida, dos atuais 90 minutos. O dirigente admitiu que estão sendo realizados testes em que o tempo do jogo seria contado apenas em momentos nos quais a bola estiver em jogo, como já acontece em outros esportes, como o futsal e o basquete, por exemplo.

Se isso for confirmado, o tempo de jogo cairia para dois tempos de 30 minutos, mas de bola rolando, que é o tempo médio das partidas. A Fifa sabe que há muitas paradas nos jogos. A diferença é que não vai existir mais espaço para cera e outros artifícios para roubar os minutos do jogo, deixar o relógio passar. A entidade já negou essa possibilidade tempos atrás.

De todas as decisões já implementadas no futebol, essa seria a mais radical, porque mudaria a concepção básica de uma partida. A Fifa deve levar sua intenção adiante, com testes e muitos encontros com representantes dos continentes.

Para o próximo Mundial, a entidade já tinha batido o martelo sobre outra mudança: o número de atletas convocados. Na mesma assembleia da International Board, a entidade tinha sugerido que os técnicos das 32 seleções participantes da Copa de 2022 poderiam convocar 26 jogadores – três a mais do que o habitual nos últimos campeonatos mundiais. Também sugeriu – e foi acatado – que cada time poderá colocar 15 atletas no banco (na Copa da Rússia eram 12) e fazer até cinco substituições, em três interrupções, durante os confrontos. Até o Mundial de 2018, eram permitidas apenas três alterações, mas isso mudou em função da pandemia.

“Esta medida foi introduzida, pela primeira vez, como um ajuste nas regras por causa da pandemia da covid-19, mas seus resultados foram tão satisfatórios que os técnicos foram unânimes em solicitar que a adotássemos permanentemente”, disse Infantino ao Estadão.

Nesta sexta, a Fifa confirmou que uma nova tecnologia para detectar situações de impedimento será adotada nos 64 jogos da Copa, conforme o Estadão contou. Conhecida também como “VAR Light”, essa tecnologia usa doze câmeras posicionadas no teto do estádio e seguem os movimentos da bola e de cada jogador. São 29 pontos de dados verificados 50 vezes por segundo, determinando uma posição exata no momento do passe.

“Esta tecnologia foi testada em cerca de uma centena de partidas, com a vantagem de ser mas ágil para ajudar os árbitros a determinar situações de impedimento”, disse Infantino durante a 136ª Assembleia Geral Anual do International Football Association Board, órgão que regulamenta as regras do futebol.

Além das câmeras, a bola da Copa do Catar, batizada de Al Rihla, será equipada com um sensor para medir seus movimentos. A cada segundo, enviará cerca de 500 dados para a sala da arbitragem eletrônica. Se houver situação de impedimento, os árbitros de vídeo receberão um alerta – e poderão avisar os árbitros de campo sobre a irregularidade.



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