O advogado Arley Campos fez duras críticas sobre a postura da diretoria do Flamengo no caso do incêndio no Ninho do Urubu, que matou dez meninos em 8 de fevereiro do ano passado.

Em entrevista ao blog do jornalista Mauro Cezar, comentarista dos canais ESPN, no portal Uol, o representante das famílias de Christian Esmério (goleiro que morreu no acidente) e Jean Salles (um dos garotos que sobreviveu e ainda ajudou a salvar colegas) revelou valores oferecidos pelo clube carioca e falou como os dirigentes não têm apoiado os familiares como deveriam.

“O clube arcou com as despesas de traslado e estadia apenas no momento do fato ocorrido, apoio psicológico só nos dias. Fora isso não há nada, apenas uma frieza por parte do clube com as famílias. Passaram dias das mães, dos pais, final de ano e nenhum tipo apoio foi dado. Acompanhamento zero por parte do clube”, reclamou o advogado.

Segundo Campos, o Flamengo tentou dois acordos com valores diferentes. Ofereceu primeiro R$ 300 mil por família, depois R$ 700 mil somado a um salário mínimo mensal por dez anos. O advogado tratou as quantias como “ridículas” e disse que as famílias que já fizeram acordo receberam acima disso, mas menos do que o sugerido pelo Ministério Público.

A projeção de quanto cada família deveria receber, de acordo com o advogado, foi feita em cima do goleiro Thiago, emprestado pelo Flamengo ao América-RJ. Arley Campos fez um cálculo aproximado do salário do jogador e estimou uma carreira com duração até os 35 anos.

Campos também rebateu o pronunciamento dos dirigentes rubro-negros, que, em vídeo divulgado no sábado pela Fla TV, disseram que o acesso às famílias é prejudicado por causa dos advogados.

“Eles nunca se reportaram a nada para os familiares e aí ficam jogando para a torcida dizendo que estão dando apoio psicológico, disso ou daquilo. É mentira. Estão se atendo a depositar os valores de R$ 5 mil e agora os R$ 10 mil determinados pela Justiça”, finalizou.