Futebol

Hegemonia brasileira pode causar desinteresse pela Libertadores


10/11/2022

Portal WSCOM



A conquista do tricampeonato da Libertadores, pelo Flamengo, ampliou o domínio recente dos clubes brasileiros na competição. Afinal, o Brasil chegou ao seu 22º título e se aproximou da Argentina, que tem 25. Muitos comentaristas têm debatido os riscos que a atual hegemonia representa para o futuro da competição, uma vez que pode levar uma parcela considerável dos torcedores a perder o interesse pelo principal torneio sul-americano.

Além de terem conquistado quatro títulos nos últimos quatro anos, os clubes brasileiros também protagonizaram três finais: Palmeiras x Santos, em 2020; Palmeiras x Flamengo, em 2021; e Flamengo x Athletico Paranaense, em 2022. Isso mostra que há, no momento, uma diferença gritante de qualidade técnica entre os times daqui e seus vizinhos sul-americanos.

Nenhum clube argentino, chileno ou colombiano tem um orçamento igual – ou próximo – ao de um Flamengo, de um Palmeiras, de um Atlético Mineiro, ou mesmo de um Athletico Paranaense. Isso, é claro, causa um grande desequilíbrio na qualidade dos elencos e, portanto, gera um enorme favoritismo aos clubes do Brasil.

Recentemente, o único time que conseguiu incomodar os brasileiros foi o River Plate, que contava com grandes jogadores e um trabalho longevo de Gallardo. No entanto, ao longo dos últimos anos, a equipe argentina foi perdendo suas principais peças e não conseguiu trazer reforços à altura. Ademais, o treinador já anunciou que esta será a sua última temporada no comando dos Millonarios.

Caso os argentinos não consigam se reerguer financeiramente, a Libertadores corre um sério risco de se transformar em um Brasileirão mais enxuto. Isso, então, provocará uma queda de interesse generalizada na competição. Para os países vizinhos, ela perderá a graça porque seus times terão poucas chances de título. Para os brasileiros, ela se tornará desnecessária, uma vez que o Brasileirão e a própria Copa do Brasil já trazem grandes confrontos locais.

Até alguns anos atrás, havia uma enorme expectativa para um confronto entre duas potências de países vizinhos – se isso não voltar a acontecer, a Libertadores poderá perder seu prestígio. Vale lembrar que até os anos 1990, os brasileiros não davam muita bola para as disputas sul-americanas. Não há nada que impeça isso de acontecer novamente.

Ao que tudo indica, ao menos Flamengo e Palmeiras permanecerão com altos orçamentos pelos próximos anos. Outros times também têm bala na agulha, como o Atlético Mineiro e o Athletico Paranaense. Assim, a tendência é de que a hegemonia seja mantida, pelo menos no futuro próximo. Apesar disso, quanto se trata de América do Sul, nada é garantido. O cenário sempre pode mudar de uma hora para outra. Portanto, aguardemos pelos próximos capítulos.

 


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