Paraíba

Grupo Brasil holandês do Iphaep lança nesta 6ª plaquete sobre a carta de despedida de Nassau


04/10/2023



Será lançada nesta sexta-feira, 6, às 16h, na filial da Livraria do Luiz, segundo piso do Meg Shopping, em Manaíra, a plaquete “Adeus Brasil – Carta de despedida de Maurício de Nassau”. A publicação tem o selo da Ideia Editora e foi produzida pelo Grupo de Pesquisa em História do Brasil holandês, vinculado ao Instituto Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP).

 

Distribuída em 44 páginas, quatro delas dedicadas à carta de Nassau, a plaquete foi idealizada pelo antropólogo Carlos Azevedo que, juntamente com o jornalista Ademilson José, também trabalhou a organização. O diretor da Editora Ideia, Magno Nicolau, também participa da plaquete com o texto “Por que editar, hoje, Maurício de Nassau”.

 


Na ocasião, o
título do texto assinado pelo dono da Ideia será tema de um debate que contará com as participações do próprio Magno Nicolau, dos organizadores da publicação, Jéssica Queiroz (escritora) e dos historiadores Edivaldo Lira e Ronilene Diniz, ambos do Instituto Histórico e Artístico do Estado da Paraíba(IPHAEP).

 

Antes do texto principal que é a carta de Nassau, a plaquete relaciona os membros do Grupo de Pesquisa em História do Brasil Holandês (GPHBH); continua com dedicatória e agradecimentos e uma arte da imagem de Nassau assinada por Felipe Eugênio da Silva que é graduado e mestrando em Arquitetura na UFPB.

 

Reproduzida na íntegra, a carta é o que, dois dias antes de deixar o Brasil em maio de 1644, Maurício de Nassau resolveu escrever não somente como despedida, mas também como resumindo como encontrou o Brasil e o que pôde realizar não somente no Recife (sede do governo), mas em todo o Brasil holandês que, no seu período, se estendia do hoje Estado de Sergipe ao Maranhão.

Ele destaca as obras de infraestrutura da chegada e os primeiros traços do Recife que, em sua época, se consolidava como uma cidade cosmopolita no continente americano, ao mesmo tempo em que lamenta o que não pôde realizar especialmente pela falta de tempo, visto que seu período no Brasil se resumiu a sete anos.

No texto de apresentação da carta, o jornalista Ademilson José ressalta o conjunto de obras deixadas e relacionadas por Nassau, ao mesmo tempo em que, como leitor atento do documento, destaca justamente o clima de “saudade antecipada” que o conde alemão deixa transparecer nas linhas e entrelinhas dos seus escritos de despedida.

“São muitas as imaginações e análises que podem ser tiradas da carta de Nassau. Trata-se de uma despedida com declaração de amor. Ao mesmo tempo, uma confissão de que precisava e devia, mas que não estava gostando nem um pouco da ideia de deixar o Brasil”, observaAdemilson, ao complementar que, ao ler e reler a carta, acabou ficando com a impressão de que Nassau a escreve por isso, pela tristeza e pela saudade antecipada que lhe abateram antes de embarcar no Porto de Cabedelo.

Conteúdo e novos projetos do grupo

Depois da apresentação e da carta, a plaquetaprossegue com uma nota dos organizadores explicando que o documento foi publicado pela primeira vez no relatório do Moinho Recife de 1986-1987 e, depois, pelo arquiteto José Luiz Mota Menezes, nas Edições Bagaço, Recife 2003. Segundo os organizadores, foi desta última publicação que o texto da carta foi extraído para a plaqueteem lançamento.

Com o objetivo de melhor situar os leitores, a publicação inclui uma cronologia que começa com o nascimento do conde em 1604 e sua morte em 1679, na Alemanha. Na parte da presença holandesa, a cronologia ressalta a chagada e a saída dos holandeses de Salvador entre 1624 e 1625; a ocupação de Pernambuco em 1630 e o incêndio de Olinda no ano seguinte; a ocupação da Paraíba e posse do seu primeiro governador,  ServaesCarpentier (1634 e 1635).

Dois artigos assinados pelo organizador Carlos Azevedo (antropólogo) abrem a parte dos anexos que conta, também, com um soneto do poeta Humberto Campos sobre Mauricio de Nassau e o Recife no tempo dos flamengos. Há também algumas reflexões de alguns especialistas em Brasil holandês, entre eles,Everaldo Moreira Véras, Evaldo Cabral de Mello eJosé Van denBesselaar.

Por fim, João Maurício chegou à fortaleza de Santa Catarina, em Cabedelo, PB, de onde, aos 23 de maio de 1644, rumou para a Holanda”. É assim que Everaldo Moreira Véras relata os últimos momentos de Nassau no Brasil e é com este e outros registros dele na contracapa que os organizadores também resolveram fechar a plaqueta.

Idealizador e coordenador da plaquete, o antropólogo Carlos Azevedo revela que, nesses últimos tempos, o Brasil holandês tem sido o tema preferido de suas leituras e de suas pesquisas, e que como membro do grupo do IPHAEP, além das atividades que já pôde realizar, tem outros projetos que podem ser concretizados até o final deste ano.

Entre esses projetos, ele destacou uma aula magna sobre história do Brasil que já está marcada para o dia 27 sobre a ocupação holandesa no Vale do Mamanguape, ocasião em que a cidade estará comemorando 168 anos de emancipação política. Além disso, até dezembro, uma segunda publicação desta feita sobre Elias Herckmans(governador e autor da conhecida “Descrição da Capitania da Paraíba-1639), e um simpósio sobre Duarte da Silveira, um dos maiores empreendedores do Brasil holandês na Paraíba.



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