Futebol

Governo cede à pressão do Flamengo e acordo por Maracanã deverá sair em breve

Pressão do Fla


04/09/2013

O Flamengo usou o apelo da torcida e o momento na temporada, tendo como pano de fundo a política no Rio de Janeiro, para pressionar o governador Sérgio Cabral Filho sobre o imbróglio do Maracanã. A estratégia usada na reunião de mais de uma hora na segunda-feira surtiu efeito e nos próximos dias as partes deverão selar um acordo ao menos até o fim da temporada.

Em um dos pontos da conversa, a comitiva rubro-negra ressaltou a importância da torcida para o time que, neste momento, briga para não entrar na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
RELEMBRE:

Foi ainda lembrado que poderia respingar no estado a culpa por uma eventual queda do Flamengo. Na última semana, várias faixas com críticas contra o governo foram levadas por torcedores ao Maracanã no jogo contra o Cruzeiro.

O papel de eleitor do torcedor também foi considerado pelos presentes no encontro. Para 2014, Cabral irá lançar o vice, Luiz Fernando Pezão, como sucessor ao governo. O atual mandatário, por sua vez, viu os índices de aprovação da gestão despencarem recentemente.

A conjuntura colaborou para que houvesse também uma pressão do estado sobre a concessionária. Sérgio Cabral teve uma conversa com João Borba, presidente do Complexo Maracanã Entretenimento S.A., para que houvesse um entendimento entre as partes.

A cúpula rubro-negra está propensa até em aceitar dividir igualmente a receita líquida com o Complexo, mas não quer ter descontos relativos às despesas. O clube alega que os fornecedores são contratados pelo Maracanã S.A e os contratos não foram mostrados.

Acordo semelhante ao do Fluminense

O novo acordo proposto pelo Flamengo para o Complexo Maracanã Entretenimento S.A., apresentado ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, em reunião realizada na última segunda-feira, é semelhante ao fechado pelo Fluminense para a utilização do Maracanã nos próximos 35 anos. A principal diferença fica na duração, que para o Rubro-Negro permanecerá até o fim da temporada.

Na nova proposta apresentada, o Flamengo não terá de arcar com metade das despesas (o clube só terá de pagar impostos, taxas da federação e outros custos fixos, como a arbitragem) e terá o lucro integral da receita oriunda da parte de ingressos destinada à venda para ele, modelo utilizado no acordo do Fluminense com o Complexo. Neste caso, a carga destinada à venda para o Rubro-Negro ainda não foi definida. No exemplo do Tricolor, 43 mil ingressos são do time e toda a receita proveniente desta venda fica com o clube de Laranjeiras.

No acordo atual, o Flamengo e o Complexo Maracanã dividem custos e renda igualmente, e o clube ainda tem percentual das receitas de bares e camarotes. Após duas partidas como mandante no Maracanã, o Fla chegou a reclamar em carta aberta dos altos custos operacionais cobrados pela administradora para jogar no estádio.

Pendência no Mané Garrincha

No pacote acertado pelo Flamengo em Brasília estavam previstos seis jogos. Ainda resta um, que seria contra o Vitória. Além disto, há o clássico diante do Vasco, que também acontecerá no Mané Garrincha. Este confronto, entretanto, faz parte de um combinado entre os clubes.

À espera de um acordo com o Maracanã até o fim do ano, a diretoria rubro-negra, por enquanto, não procurou o governo do Distrito Federal para acertar a última partida no estádio. Apesar de prever uma diferença de até R$ 600 mil na arrecadação comparando-se com o Maracanã, o Fla não fará novo pacote em Brasília.


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