Artes

Opinião: Como ficam os poderes econômico e social do Brasil sem a Cultura?


03/12/2018



O jornalista, gestor de marketing e militante cultural, Gil Sabino, publicou novo artigo em sua coluna no no Portal WSCOM. O texto apresenta crítica sensata sobre a importância da Cultura em uma gestão pública e o impacto direto para a sociedade. De acordo com Sabino, a população sentirá o impacto social pela falta de fomento à cultura no governo brasileiro a partir de 2019.


“O que tudo isto significa terá impacto social a muito alto custo de vida. O povo irá pagar por isso. O Governo eleito tratará de vender as participações das empresas submetendo às regras internacionais, modelo capitalista já examinado e que enriquece ainda mais os ricos e aumenta a miséria dos pobres”, diz trecho da coluna.


Para acessar a coluna de Gil Sabino, clique aqui.


Leia o artigo de Gil Sabino na íntegra:

Governo e Povo sem Cultura

Como ficam o poder econômico e social das artes e da cultura no novo governo?

O Brasil passa por crise econômica, social, cultural. Pior, ameaçado por uma ditadura golpista que oficialmente entra em cena a partir de 1º janeiro, já tendo em prática seus destroços com o anúncio de destituição de importantes ministérios, que até então significaram avanços, e também privatização das potenciais empresas estatais e da união.

 

O que tudo isto significa terá impacto social a muito alto custo de vida. O povo irá pagar por isso. O Governo eleito tratará de vender as participações das empresas submetendo às regras internacionais, modelo capitalista já examinado e que enriquece ainda mais os ricos e aumenta a miséria dos pobres.

 

Mas, detendo-se na área cultural, não é preciso ser expert para entender que as artes tem poder social e econômico. Basta imaginar que no mundo o PIB da Economia Criativa cresceu 8,6% ao ano, entre 2003 e 2012, enquanto no Brasil o PIB cultural representa já 2,6%; que a oferta de atividades culturais reduz em 1/3 a violência nos espaços de base comunitária e que gera média de um milhão de empregos diretos envolvendo mais de 200 mil empresas e instituições.

 

Na prática é bastante observar o quanto fatura um desses filmes com artistas globais, quando são investidos para produção a media de 11 milhões, tendo-se meta de arrecadação e retorno de quatro, cinco vezes mais. Os eventos literários, os espetáculos circenses, teatro, cinema, dança, feiras, cursos, escolas, artesanato, artes plásticas, etc., as grandes festas populares como o Carnaval, São João, Paixão de Cristo e Auto de Natal, e os Festivais como Rock in Rio, Lollapalooza, FIG, Festivais de Música Clássica, festas gastronômicas, festas de padroeiras, os museus e suas programações que projetam quarteirões de filas para visitação envolvem também grandes leilões; e tanto outros eventos espalhados pelas grandes cidades, e muito mais; todo esse conjunto de ações em torno da arte, da cultura e até das religiões, movimentam o turismo e a economia. E ainda os esportes, também ligados à cultura.

 

Não é de hoje, a arte e a cultura são tratados como gasto, quando deveria já ter sido compreendida por técnicos, gestores e políticos, como sendo investimento que traz grande retorno econômico e social para as cidades, estados, países. Por isso, perguntamos: Como ficam o Governo e o povo sem cultura?

 

*Foto: A Flor da Esperança – tela de Flávio Tavares

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing – g.sabino@uol.com.br’


Por Redação / Portal WSCOM



Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.
// //